Com linho também se fazem pranchas de snowboard

Equipa de investigadores britânicos desenvolveu uma prancha de snowboard feita com materiais biológicos

Foto
Um dos investigadores deste projecto, Craig Atkins, com a prancha feita com materiais biológicos. DR

Uma prancha de snowboard pode ser feita com fibra de vidro ou de carbono. Para um grupo de investigadores da Universidade de Sheffield, essas não são as únicas opções.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Uma prancha de snowboard pode ser feita com fibra de vidro ou de carbono. Para um grupo de investigadores da Universidade de Sheffield, essas não são as únicas opções.

 

No âmbito de um estudo sobre propriedades dos materiais de origem biológica, esta equipa de cientistas escolheu a fibra de linho para o fabrico das pranchas. Para além disso, o revestivmento das mesmas contém uma resina constituída, em 30 por cento, por cascas de castanha de caju.

 

“Queríamos desenvolver os nossos conhecimentos sobre materiais biológicos e queríamos estar na vanguarda, nesse campo”, explica o investigador Alistair Murray, citado pela revista Outside.

 

A escolha da fibra de linho está relacionada com o facto de, segundo do investigador Tim Swait, esta apresentar vantagens no rácio resistência-peso, relativamente à fibra de vidro.

 

Para além disso, estas pranchas são ecológicas, uma vez que a fibra de linho é renovável e que o núcleo da prancha é composto por plástico reciclado.

  

Porém, não existem apenas vantagens: a prancha não é impermeável, uma vez que os materiais biológicos têm maior tendência para absorver água. “Algumas coisas resultam melhor no papel”, afirma Alistair Murray.

 

Tim Swait admite, também, que a durabilidade dos materiais ainda não é a ideal, mas não deixa de acreditar no potencial do uso de materiais biológicos na produção de pranchas de snowboard e esquis. Essa é, aliás, uma tendência seguida por várias marcas destes produtos.

 

Alistair Murray adianta outro dos propósitos da sua equipa. “Muito do que fazemos tem o intuito de fazer com que os mais jovens se interessem por questões de engenharia. Estes terão mais interesse numa prancha de snowboard do que numa turbina, por exemplo”, explica.