Fim da suspensão da certificação da sardinha bem acolhida pelo sector

Os pescadores foram obrigados a fazer períodos de redução de capturas em 2012.

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A sardinha é um peixe aconselhado Adriano Miranda

"Era a notícia que desejávamos e para a qual todos os agentes económicos ligados à fileira da sardinha trabalharam num plano de reajustamento", afirmou à agência Lusa Humberto Jorge, presidente da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (Anopcerco).

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"Era a notícia que desejávamos e para a qual todos os agentes económicos ligados à fileira da sardinha trabalharam num plano de reajustamento", afirmou à agência Lusa Humberto Jorge, presidente da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (Anopcerco).

O armador explicou que, durante o ano de 2012 em que tiveram a certificação suspensa, "houve nichos de mercado e mercados mais exigentes, como os do norte da Europa, que não foi possível satisfazer sobretudo por parte da indústria conserveira.

Os pescadores foram obrigados a fazer períodos de redução de capturas, fechando o ano de 2012 com metade da produção do ano anterior.

"Deixámos de pescar 20 mil toneladas de sardinha em relação à média dos últimos cinco anos, mas essa redução não se traduziu em prejuízo porque o preço médio da sardinha aumentou substancialmente", explicou.

A certificação da sardinha portuguesa foi suspensa em Janeiro do ano passado, após uma avaliação negativa feita pelo Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES na sigla inglesa) dos 'stocks', que considerou então terem caído para um nível inferior ao aceitável em termos de sustentabilidade.

Essa suspensão impediu os agentes da fileira de usar nos produtos o rótulo da certificação.

Porém, uma auditoria de vigilância realizada em meados de Dezembro pela Intertek Moody Marine, uma entidade independente, concluiu que as causas do problema estavam resolvidas.

"A sardinha com origem na pescaria portuguesa pode ser novamente descrita e vendida como sendo certificada pelo MSC e usar o eco-rótulo do MSC", indicou a organização, sediada em Londres, em comunicado.

Este é o resultado de um plano de acção posto em prática em Abril para resolver as causas da suspensão, que envolve a Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (Anopcerco), Docapesca, Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e a Associação Nacional de Comerciantes e Industriais de Produtos Alimentares (ANCIP).

A Anopcerco representa 120 embarcações, responsáveis pela captura, em 2011, de 55 mil toneladas de sardinha, das quais 17 mil entre Janeiro e Maio e 38 mil toneladas entre Junho e Dezembro.