Mortes antes do 28.º dia de vida explicam aumento da mortalidade infantil

Em 2011 houve mais casos de septicemia entre os recém-nascidos. Prematuridade e baixo peso influenciam mortalidade neonatal.

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Um terço da mortalidade infantil em Portugal acontece em bebés prematuros Público

Por comparação ao ano anterior, registaram-se em 2011 mais 62 óbitos de crianças antes do 28.º dia de vida, embora a mortalidade no primeiro dia de vida tenha diminuído.

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Por comparação ao ano anterior, registaram-se em 2011 mais 62 óbitos de crianças antes do 28.º dia de vida, embora a mortalidade no primeiro dia de vida tenha diminuído.

Em comunicado divulgado a propósito deste estudo, o director-geral da Saúde, Francisco George, frisa que tem de “ser considerada a evidência existente de que a prematuridade e o baixo peso à nascença influenciam directamente” a chamada mortalidade neonatal (até ao 28.º dia de vida). O responsável subscreve as recomendações apresentadas no estudo, nomeadamente no que respeita à obrigatoriedade da “recolha atempada de informação adicional por cada óbito infantil ou fetal” e à promoção de um “debate com especialistas para interpretação dos resultados e definição de estratégias para melhoria contínua da taxa de mortalidade infantil”.

Em 2011, a taxa de mortalidade infantil foi de 3,1 por mil nascimentos vivos, o que representa um total de 302 óbitos. O acréscimo registado explica-se também pelo facto de este indicador ter apresentado em 2010 o seu valor mais baixo, tendo descido para 256 óbitos.

No que respeita à mortalidade neonatal, a região Norte foi a que apresentou um aumento mais significativo. A nível nacional registou-se um "aumento significativo" do número de óbitos nos meses de Janeiro, Fevereiro e Outubro.

Quanto às causas de morte em crianças com menos de um ano de idade, de 2010 para 2011 “decresceu significativamente” a mortalidade originada por doenças do sistema nervoso, “tendo aumentado o número de óbitos por algumas afecções originadas no período perinatal e por malformações congénitas, deformidades e anomalias cromossómicas”. Na mortalidade neonatal foi "ainda relevante o recrudescer da septicemia do recém-nascido”, acrescenta-se no estudo.