NASA coloca 2012 entre os dez anos mais quentes desde 1880

Na última década, o termómetro global estabilizou no nível mais alto desde que há registos fiáveis.

i-video

Segundo a revisão anual das temperaturas médias da Terra feita pelo Instituto Goddard de Estudos Espaciais, da NASA, 2012 foi o nono ano mais quente, com o termómetro global praticamente a igualar os níveis de 2011. Ambos os anos ficaram num patamar abaixo do pico máximo atingido em 2010. Em grande parte, isto deve-se ao fenómeno La Niña, uma redução sazonal da temperatura da faixa tropical do Pacífico. O seu contrário – o El Niño – normalmente faz subir a temperatura média da Terra.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Segundo a revisão anual das temperaturas médias da Terra feita pelo Instituto Goddard de Estudos Espaciais, da NASA, 2012 foi o nono ano mais quente, com o termómetro global praticamente a igualar os níveis de 2011. Ambos os anos ficaram num patamar abaixo do pico máximo atingido em 2010. Em grande parte, isto deve-se ao fenómeno La Niña, uma redução sazonal da temperatura da faixa tropical do Pacífico. O seu contrário – o El Niño – normalmente faz subir a temperatura média da Terra.

Em média, o termómetro global tem estado mais ou menos estabilizado nos últimos dez anos. Mas a NASA chama a atenção para ser a década mais quente desde 1880. “Mais um ano em números, em si, não significa muito”, afirma o climatologista Gavin Schmidt, do Instituto Goddard, citado num comunicado da NASA. “O que importa é que esta década é mais quente do que a anterior, e aquela foi mais quente do que a precedente. O planeta está a aquecer”, completa Schmidt.

Os dados actuais são comparados com a média de 1951 a 1980, que abrange parte de um período de 25 anos (1940-1975) em que a temperatura também oscilou em torno de um nível relativamente estável. Na interpretação dos cientistas da NASA, a explicação neste caso poderá estar num aumento da poluição atmosférica naquela altura, associado ao crescente uso de combustíveis fósseis, sem grandes controlos ambientais. Ironicamente, enquanto o CO2 funciona como um cobertor à volta da Terra, alguns poluentes têm um efeito contrário, baixando a temperatura.

Segundo a agência espacial norte-americana, o Árctico e a América do Norte foram os pontos do planeta com maiores extremos de temperatura. Os dados da NASA corroboram a análise da Agência para o Oceano e a Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês), que classificou 2012 como o ano mais quente dos EUA desde que há registos. Uma persistente seca na região do Midwest e outros fenómenos meteorológicos extremos, como o furacão Sandy e vários tornados destruidores, marcaram também o ano nos Estados Unidos.