Decisão sobre a TAP revela “bom senso”, diz o sindicato do pessoal de voo

Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil considera o recuo do Governo “uma vitória dos trabalhadores da TAP”.

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O Governo justificou o recuo com o facto de não terem sido cumpridos os requisitos previstos no caderno de encargos Paulo Pimenta

“Ficamos muito contentes que esta tenha sido a decisão tomada, seja pela falta de garantia bancária, inexistente, pelo bom senso do Governo, seja por qualquer outro motivo”, disse à agência Lusa Nuno Fonseca, da direcção do SNPVAC.

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“Ficamos muito contentes que esta tenha sido a decisão tomada, seja pela falta de garantia bancária, inexistente, pelo bom senso do Governo, seja por qualquer outro motivo”, disse à agência Lusa Nuno Fonseca, da direcção do SNPVAC.

Para o responsável, o processo de privatização “não tinha sido conduzido da melhor forma desde o início” e iria trazer várias “fragilidades” aos trabalhadores.

“É uma vitória dos trabalhadores da TAP, que conseguiram que a sua voz fosse ouvida pela opinião pública”, considerou Nuno Fonseca.

A secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, afirmou esta quinta-feira que a proposta do grupo Synergy para a compra da TAP foi rejeitada, porque não deu “as garantias adequadas”.

“Não foram cumpridos os requisitos previstos no caderno de encargos”, explicou a governante, ressalvando que a proposta de Germán Efromovich era “positiva, coerente e alinhada com a estratégia do Governo”.

Em conferência da imprensa, Maria Luís Albuquerque explicou que em cima da mesa estava um encaixe líquido para o Estado de 35 milhões de euros e a recapitalização da empresa superior a 300 milhões, em duas fases, a que acrescia a assunção de um passivo na ordem dos 1,5 mil milhões de euros.

Maria Luís Albuquerque adiantou que agora o Governo vai ponderar “uma estratégia para a venda da TAP, tendo em conta os compromissos internacionais” assumidos com a troika.

“Não põe em causa o programa de privatizações do Governo”, sublinhou.