APAV apela à denúncia de casos de violência sobre idosos

Associação Portuguesa de Apoio à Vítima diz que há idosos internados em lares contra a sua vontade.

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Só uma minoria dos que conhecem casos assume denunciá-los às autoridades Paulo Pimenta

“Tal como aconteceu no caso dos maus-tratos a crianças e à violência sobre as mulheres, cada um terá de assumir o seu papel na protecção dos mais velhos, denunciando os casos em que estes são vítimas”, diz Maria Oliveira, assessora técnica da associação.

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“Tal como aconteceu no caso dos maus-tratos a crianças e à violência sobre as mulheres, cada um terá de assumir o seu papel na protecção dos mais velhos, denunciando os casos em que estes são vítimas”, diz Maria Oliveira, assessora técnica da associação.

Os resultados do Barómetro APAV/Intercampus sobre a percepção da criminalidade e insegurança, que são apresentados nesta quarta-feira em Lisboa, indicam que dos 373 inquiridos que declararam ter conhecimento de violência ou crime exercidos contra pessoas idosas, apenas cerca de 6,7% disseram ter denunciado a situação.

No total foram ouvidas 804 pessoas acerca de vários tipos de violência sobre idosos. Destes, 10,4% afirmaram ter conhecimento de pelo menos um caso em que um idoso foi alvo de insultos, ameaças ou agressões no interior da sua própria residência; 24 % disseram conhecer situações de burla ou extorsão; 1,7% declararam saber de pessoas sujeitas a uma intervenção ou tratamento médico sem consentimento; e 12% que conheciam casos de internamento de idosos em instituições contra a sua vontade.

No inquérito, e ainda no mesmo capítulo, estavam questões sobre casos de assalto ou agressão de idosos e situações de furtos ou danos em veículos de que aqueles fossem proprietários. Reponderam ter conhecimento deles 29,7% e 11% dos inquiridos, respectivamente.

Maria Oliveira frisa que os telefonemas feitos para a linha de apoio da APAV (707 20 00 77) são gratuitos e confidenciais.