Jorge Sampaio pede "muita calma e ponderação"

Eventual instabilidade política é experiência que "não se deseja", considera ex-Presidente da República.

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Jorge Sampaio acabou por dissolver a Assembleia da República Sérgio Azenha

Confrontado sobre os pedidos de demissão do Governo por parte dos partidos de esquerda, Jorge Sampaio não quis pronunciar-se, mas lembrou que viveu momentos de instabilidade quando era chefe de Estado, situação que não deseja para o país – "nomeadamente numa altura em que estamos um pouco cercados", disse.

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Confrontado sobre os pedidos de demissão do Governo por parte dos partidos de esquerda, Jorge Sampaio não quis pronunciar-se, mas lembrou que viveu momentos de instabilidade quando era chefe de Estado, situação que não deseja para o país – "nomeadamente numa altura em que estamos um pouco cercados", disse.

"A Europa está cercada, os países do Sul estão cercados e, por consequência, é preciso uma enorme serenidade, goste-se ou não se goste [do Governo]", frisou o antigo líder socialista, à entrada para a apresentação do livro da sua biografia em Coimbra.

O antigo Presidente da República considerou que a situação portuguesa "requer de todos muita calma e muita ponderação", pelo que entende não ser boa ideia "pugnar agora por aquilo que pode ser uma instabilidade".

"Pugnar por aquilo que pode ser uma instabilidade, quando ainda por cima temos uma intervenção sobre nós, quando se fala na hipótese de para aumentar o salário mínimo ter de se ir pedir licença à troika, isto é bem esclarecedor da situação em que nos encontramos, pelo que a situação requer muita ponderação", enfatizou.

Jorge Sampaio escusou-se ainda a comentar o Orçamento do Estado para 2013 e a sua eventual promulgação e envio para o Tribunal Constitucional.

O livro Jorge Sampaio – Uma Biografia, do jornalista José Pedro Castanheira, foi lançado em Coimbra, na Casa Municipal da Cultura, esta terça-feira, com apresentação dos professores universitários Avelãs Nunes e Gomes Canotilho.