Demissão em bloco na inspecção-geral sugere conflito no ministério de Cristas

Três dirigentes deixam a Inspecção-Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território apenas nove meses depois de terem sido nomeados.

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Inspecção fiscaliza vastas áreas, dos financiamentos à agricultura, aos crimes ambientais Daniel Rocha

O inspector-geral, Pedro Portugal Gaspar, apresentou a sua carta de demissão na segunda-feira, apenas nove meses depois de ter sido nomeado para o cargo. Juntamente com Pedro Portugal, também se demitiram as subinspectoras-gerais Gabriela Duro e Ana Paula Simão. Uma terceira subinspectora-geral, Lisdália Portas, manteve-se no cargo.

Pedro Portugal confirmou ao PÚBLICO ter-se demitido, mas, além de reiterar a existência de “razões pessoais”, não quis entrar em mais detalhes, argumentando que ainda está em funções até ao final do mês.

Das subinspectoras que se demitiram, uma era responsável pelas inspecções nas áreas do ordenamento do território e do ambiente e outra respondia pela avaliação de aspectos mais administrativos do próprio ministério. A que se mantém no cargo tem sob a sua tutela a parte da agricultura, em particular o controlo das ajudas à agricultura e questões de segurança alimentar.

A forma como se pretendia enquadrar as questões da agricultura na estratégia da IGAMAOT daqui para a frente foi um foco de desacordo entre o inspector-geral e a ministra Assunção Cristas. Uma reunião realizada na semana passada sobre esta matéria terá precipitado a demissão.

É um primeiro sinal público de um conflito que várias vozes anteviram como provável desde que a agricultura e o ambiente – áreas que estiveram em campos opostos em muitas batalhas no passado – se juntaram sob um mesmo chapéu, sob a tutela de Assunção Cristas.

A IGAMAOT é uma espécie de microcosmos desta junção, tendo resultado da fusão das inspecções-gerais do ambiente e da agricultura, que funcionavam antes em dois ministérios separados.

O PÚBLICO tentou ouvir a ministra Assunção Cristas, mas sem sucesso até ao fim da tarde desta terça-feira.
 
 
 
 

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O inspector-geral, Pedro Portugal Gaspar, apresentou a sua carta de demissão na segunda-feira, apenas nove meses depois de ter sido nomeado para o cargo. Juntamente com Pedro Portugal, também se demitiram as subinspectoras-gerais Gabriela Duro e Ana Paula Simão. Uma terceira subinspectora-geral, Lisdália Portas, manteve-se no cargo.

Pedro Portugal confirmou ao PÚBLICO ter-se demitido, mas, além de reiterar a existência de “razões pessoais”, não quis entrar em mais detalhes, argumentando que ainda está em funções até ao final do mês.

Das subinspectoras que se demitiram, uma era responsável pelas inspecções nas áreas do ordenamento do território e do ambiente e outra respondia pela avaliação de aspectos mais administrativos do próprio ministério. A que se mantém no cargo tem sob a sua tutela a parte da agricultura, em particular o controlo das ajudas à agricultura e questões de segurança alimentar.

A forma como se pretendia enquadrar as questões da agricultura na estratégia da IGAMAOT daqui para a frente foi um foco de desacordo entre o inspector-geral e a ministra Assunção Cristas. Uma reunião realizada na semana passada sobre esta matéria terá precipitado a demissão.

É um primeiro sinal público de um conflito que várias vozes anteviram como provável desde que a agricultura e o ambiente – áreas que estiveram em campos opostos em muitas batalhas no passado – se juntaram sob um mesmo chapéu, sob a tutela de Assunção Cristas.

A IGAMAOT é uma espécie de microcosmos desta junção, tendo resultado da fusão das inspecções-gerais do ambiente e da agricultura, que funcionavam antes em dois ministérios separados.

O PÚBLICO tentou ouvir a ministra Assunção Cristas, mas sem sucesso até ao fim da tarde desta terça-feira.