Administração da Lusa desiste de corte salarial e de horário

Agência fecha 2012 com resultado positivo e garante não precisar de fazer despedimentos.

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Presidente da agência admite que o orçamento para 2013 é de "risco" tendo em conta a "incerteza" do mercado. Filipe Arruda

De acordo com a informação entregue aos trabalhadores e a que o PÚBLICO teve acesso, a administração garante que com as poupanças conseguidas com as rescisões voluntárias nos últimos meses e com a redução de diversas despesas para o próximo ano não precisará de fazer despedimentos.

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De acordo com a informação entregue aos trabalhadores e a que o PÚBLICO teve acesso, a administração garante que com as poupanças conseguidas com as rescisões voluntárias nos últimos meses e com a redução de diversas despesas para o próximo ano não precisará de fazer despedimentos.

A agência noticiosa encerra as contas deste ano com resultados positivos e tem um orçamento para 2013 com base zero – de “risco” tendo em conta o estado geral de “incerteza” do mercado, reconhece o presidente, Afonso Camões, que assina o comunicado aos trabalhadores.

Porém, será preciso cortar drasticamente em algumas rubricas. Por isso, a administração anunciou que vai reduzir os subsídios de função e as ajudas de custo em 20%, deixará de pagar horas extraordinárias e irá cortar 11% nos fornecimentos e serviços externos, como é o caso de rendas.

De acordo com a administração, os dois programas de saídas voluntárias de Outubro e Dezembro levaram à saída de 24 trabalhadores, o que representou um custo global com indemnizações de 1,7 milhões de euros, mas permitiu reduzir 916 mil euros na massa salarial de 2013.

Afonso Camões admite que se trata de um programa “muito exigente”, mas aproveita para exortar a agência para um “esforço solidário”, defendendo que a Lusa “preserva o seu estatuto de agência ágil, respeitada e prestigiada”.

O Governo cortou em 31% o valor anual do contrato de prestação de serviço público, o que representou uma redução de 4,8 milhões de euros no orçamento da agência para 2013. A decisão de Miguel Relvas motivou uma greve de quatro dias que encerrou a linha noticiosa da agência. A administração propôs a redução de horário de trabalho e de salário e avisou que poderia ter de fazer despedimentos. Os trabalhadores não aceitaram e fizeram diversas vigílias de protesto.