Igreja Católica pede a Catalina Pestana que prove existência de padres pedófilos

Desafio deixado depois de ex-provedora ter dito ao PÚBLICO que tinha conhecimento de cinco casos de padres abusadores na Diocese de Lisboa.

Foto
Catalina Pestana recusa-se a falar mais sobre este assunto Rui Gaudêncio

Na última sexta-feira, a Polícia Judiciária anunciou a detenção do vice-reitor do Seminário do Fundão por suspeita de abuso de menores. O padre de 37 anos foi ouvido em tribunal, que decidiu confiná-lo ao domicílio, com recurso a pulseira electrónica. Questionada sobre este caso, Catalina Pestana, actualmente na Rede de Cuidadores, uma associação criada após o escândalo Casa Pia, admitiu ao PÚBLICO não ter ficado surpreendida. A antiga provedora disse mesmo que já tinha alertado a Igreja Católica sobre a existência de casos de sacerdotes abusadores de menores. "Sei que há casos de pedofilia; só na Diocese de Lisboa conheço cinco", contou.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Na última sexta-feira, a Polícia Judiciária anunciou a detenção do vice-reitor do Seminário do Fundão por suspeita de abuso de menores. O padre de 37 anos foi ouvido em tribunal, que decidiu confiná-lo ao domicílio, com recurso a pulseira electrónica. Questionada sobre este caso, Catalina Pestana, actualmente na Rede de Cuidadores, uma associação criada após o escândalo Casa Pia, admitiu ao PÚBLICO não ter ficado surpreendida. A antiga provedora disse mesmo que já tinha alertado a Igreja Católica sobre a existência de casos de sacerdotes abusadores de menores. "Sei que há casos de pedofilia; só na Diocese de Lisboa conheço cinco", contou.

Catalina Pestana disse ainda que teve uma reunião formal, no ano passado, com Manuel Morujão e o anterior presidente da CEP, D. Jorge Ortiga, para debater este problema. Sobre este encontro, Manuel Morujão disse que nunca existiu. “Vinha o meu nome nesse encontro, no qual nunca estive (...) informal ou formalmente”, afirmou em declarações à Lusa, à margem de uma reunião dos bispos portugueses em Fátima.

O porta-voz da CEP sublinha que “é bom para a Igreja”, para a “sociedade” e para as “famílias” que “estes casos sejam clarificados, porque todos queremos que esta chaga seja extirpada”. Mas Manuel Morujão defende que “não se deve dizer mais do que a verdade”, e nesse sentido desafia Catalina Pestana: “Que diga os nomes (...), com provas e não apenas com imaginações”.

Contactada pelo PÚBLICO, a antiga provedora disse não ter mais nada a acrescentar sobre o assunto.