Marcelo considera “absurdos” apelos a Cavaco para que seja mais interventivo

O antigo líder do PSD diz que “é como pedir a um herbívoro que seja carnívoro ou pedir a um carnívoro que seja herbívoro”.

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Marcelo não acredita que Cavaco Silva remeta o OE para o Tribunal Constitucional Nuno Ferreira Santos

“Acho um bocado absurdo os apelos que lhe são feitos para intervir. Acho que há uma certa contradição. Como os apelos de Mário Soares e outros, porque conhecem Cavaco Silva”, disse no sábado, durante a iniciativa Universidade Política do PSD/Lisboa, que decorre em Sintra.

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“Acho um bocado absurdo os apelos que lhe são feitos para intervir. Acho que há uma certa contradição. Como os apelos de Mário Soares e outros, porque conhecem Cavaco Silva”, disse no sábado, durante a iniciativa Universidade Política do PSD/Lisboa, que decorre em Sintra.

Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que “é como pedir a um herbívoro que seja carnívoro ou pedir a um carnívoro que seja herbívoro”. “Não faz sentido. Ele tem uma visão de um cargo de determinada maneira e pedem-lhe que faça uma coisa diferente, ao contrário do que pensa. Significa que o pedido que é feito não é para obter resposta, é apenas para provocar um desgaste político “, defendeu.

Para o antigo dirigente social-democrata esta situação “é só para criar um lastro através da petição na opinião publica de desgaste do Governo”.

Ainda durante a mesma iniciativa da Universidade Política do PSD/Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que é “irrealista” Portugal vir a beneficiar de medidas semelhantes às concedidas à Grécia no âmbito da ajuda externa.

“Acho que é irrealista para o imediato darem aquelas ou outras condições a Portugal. O que foi feito para a Grécia foi feito pelos alemães para ganharem tempo para as eleições alemãs”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que se criou uma expectativa excessiva em relação a esta matéria e que “depois obviamente que a desilusão é enorme”. “Compreendo que as pessoas estão desejosas de verem sinais nesses domínios e noutros a curtíssimo prazo, mas confundir os desejos com as realidades foi o que aconteceu”, justificou.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou ainda que as autárquicas de 2013 “serão as eleições mais difíceis da história” do PSD, mesmo se, comparando com as da era “mais difícil do cavaquismo”. “Acho que quem é Governo, a menos que tenha acabado de entrar [em funções], normalmente é sempre punido nas eleições autárquicas”, afirmou.

O antigo líder do PSD disse ainda não acreditar que Cavaco Silva remeta o Orçamento do Estado para o Tribunal Constitucional.