Aerovip vai para tribunal para tentar exigir 800 mil euros ao Estado

Ontem realizou-se a última viagem Bragança-Vila Real-Lisboa. A bordo, Dulce Pontes fez coro com o protesto pela interrupção do serviço.

Foto
A Aerovip garantia a ligação entre Bragança, Vila Real (na imagem) e Lisboa Manuel Roberto/Arquivo

Carlos Amaro, assessor da administração da empresa, explicou aos jornalistas, no final do último voo deste contrato, ontem, em Bragança, que agora a questão vai ser discutida nos tribunais. “O Estado não honrou o compromisso de maneira nenhuma. Para além do direito à indignação que nos assiste, vamos recorrer aos tribunais”, garantiu.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Carlos Amaro, assessor da administração da empresa, explicou aos jornalistas, no final do último voo deste contrato, ontem, em Bragança, que agora a questão vai ser discutida nos tribunais. “O Estado não honrou o compromisso de maneira nenhuma. Para além do direito à indignação que nos assiste, vamos recorrer aos tribunais”, garantiu.

O contrato de exploração da linha terminou em Janeiro, mas o Estado prolongou-o por ajuste directo, “por não ter tempo de preparar um novo concurso”. Algo que ainda não foi feito. O ajuste directo terminou ontem, pelo que a carreira aérea vai ser interrompida.

Anteontem, o presidente da Câmara de Bragança revelou ter tido a garantia do Governo de que a ligação aérea a Lisboa seria retomada em meados de Fevereiro, depois de ser lançado novo concurso internacional, com uma alteração ao modelo de financiamento, que passará a subvencionar o bilhete do passageiro residente. Um modelo que deixa muitas dúvidas a esta empresa, a única em Portugal habilitada a providenciar o serviço.

A última viagem decorreu ontem e com passageiros ilustres. A cantora Dulce Pontes, que se mudou há mais de um ano para Bragança, foi uma delas, e sente-se lesada. Agora terá de ir a Vigo ou Madrid para apanhar voos internacionais. “Este é um problema pessoal, mas existem pessoas que precisam destes voos para receber tratamentos médicos e outras que trabalham em Lisboa a quem lhes faz falta o avião”, sublinhou.

A carreira aérea custa, anualmente, 2,5 milhões de euros e no último ano teve mais de dez mil passageiros.