Tripulação portuguesa de cruzeiro detido por arresto na Grécia queixa-se de salários em atraso

O tripulante, que pediu à Lusa a não publicação do nome por receio de represálias, afirmou que já foi entregue uma carta com o montante devido pela empresa aos trabalhadores, que se encontram a trabalhar sem receber desde o começo de Outubro, altura em que o barco foi arrestado em Creta, na Grécia.

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O tripulante, que pediu à Lusa a não publicação do nome por receio de represálias, afirmou que já foi entregue uma carta com o montante devido pela empresa aos trabalhadores, que se encontram a trabalhar sem receber desde o começo de Outubro, altura em que o barco foi arrestado em Creta, na Grécia.

Segundo o elemento da tripulação, haverá cerca de 10 portugueses a trabalhar a bordo do “Princess Daphne”, estando a Secretaria de Estado das Comunidades, de acordo com fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a acompanhar a situação desde o começo e que estará prestes a ser desbloqueada.

Em termos de financiamento, o Montepio Geral assegurou, ao longo dos anos, um “relacionamento comercial” com o grupo CIC, disse à Lusa fonte oficial da instituição financeira, que salientou que a caixa económica “estabeleceu permanentes contactos com a administração das empresas do grupo CIC, mas também com os sindicatos do sector”.

“Estes contactos, orientados para a necessidade de assegurar as condições sociais essenciais ao bem-estar das tripulações, justificaram que o Montepio apoiasse a resolução das situações de repatriamento e regularização das responsabilidades existentes no que diz respeito ao pagamento dos vencimentos devidos às tripulações dos diversos navios, até 30 de setembro do corrente ano”, acrescentou o Montepio.

Fonte oficial da instituição financeira explicou que se mantém atenta à situação, com o objectivo de “garantir que se encontram asseguradas as condições essenciais à resolução das situações sociais relevantes”.

A página da empresa na Internet contém apenas um comunicado de insolvência datado de 31 de Outubro.

Em Setembro, a World Cruises Agency confirmou que os navios de bandeira portuguesa “Princess Danae”, “Athena” e “Arion” encontravam-se detidos por arresto, os dois primeiros no porto francês de Marselha e o terceiro em Kotor, no Montenegro.

A World Cruises Agency esclareceu, na altura, em comunicado que os armadores foram financiados durante vários anos pelo Montepio Geral “o qual, apesar das mais variadas promessas e de ter nomeado um representante do banco no conselho de administração do grupo, abruptamente decidiu não financiar os valores necessários para terminar as operações até ao final da presente temporada”.