Apareceu o talento de Moutinho na noite em que Jackson falhou

Foto
Foto: Miguel Vidal/Reuters

A Académica, a última equipa a conseguir marcar em jogos da Liga no Estádio do Dragão, em Março, voltou a fazê-lo, mas desta vez não pontuou. Quanto ao FC Porto, facturou sempre nas últimas 28 recepções à Académica, no conjunto de todas as provas, e, tal como nas 27 anteriores, não precisou da pontaria de Jackson Martínez para o fazer.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Académica, a última equipa a conseguir marcar em jogos da Liga no Estádio do Dragão, em Março, voltou a fazê-lo, mas desta vez não pontuou. Quanto ao FC Porto, facturou sempre nas últimas 28 recepções à Académica, no conjunto de todas as provas, e, tal como nas 27 anteriores, não precisou da pontaria de Jackson Martínez para o fazer.

Talvez o jogo tivesse tido outra história, se o colombiano tivesse sido eficaz aos 9’, quando, isolado por Lucho González, falhou um chapéu a Ricardo na única grande oportunidade para qualquer uma das equipas na primeira metade. O n.º 9 tinha marcado sempre nas sete jornadas anteriores e desejava aproximar-se das marcas de Mário Jardel e Pena, que apontaram golos em nove rondas seguidas com a camisola portista.

Mas ontem não foi o dia mais inspirado do sul-americano — que se ficou por um ciclo de oito golos em sete jornadas — e a Académica também teve dedo nisso, ao conseguir fechar os caminhos para a sua baliza, aproveitando a menor intensidade do FC Porto por comparação com a última exibição em casa, com o Marítimo.

Num jogo entre dois clubes que estavam moralizados por causa de uma boa jornada nas competições europeias — uma qualificação, num caso, e uma vitória famosa, no outro —, foi o FC Porto que se manteve em alta. E fê-lo graças aos seus dois jogadores que mais raramente perdem o discernimento: Lucho González e João Moutinho.

Foi precisa a inteligência do argentino para a bola chegar em condições a James Rodríguez, algo que quase nunca aconteceu na primeira parte, e o colombiano, isolado, não desperdiçou a hipótese de inaugurar o marcador. O movimento de Jackson foi determinante, porque arrastou os adversários. Ao contrário do que aconteceu aos 31’, quando James estava mais bem colocado, mas Jackson preferiu rematar, o capitão colocou a bola no sítio certo.

O 2-0 surgiu num remate de fora da área de João Moutinho (62’), que não precisava do golo para receber o estatuto de melhor em campo. Pouco depois, isolou Atsu, mas o extremo falhou o 3-0. O ganês não acabou com o jogo e a Académica, até então inofensiva no ataque, ainda quis ter uma palavra a dizer.

O primeiro aviso foi feito por um jogador que lhe viu serem assinalados nove foras-de-jogo: aos 74’, Salim Cissé ganhou na área e rematou por cima. A 11 minutos dos 90’, Wilson Eduardo reduziu num momento que não parecia ter perigo nenhum. Helton talvez tenha sido mal batido, mas o remate do avançado português, sem deixar cair a bola, foi fantástico. A reacção da Briosa, porém, ficou por aí.


Notícia actualizada às 23h20