Socialistas europeus admitem moção de censura à Comissão Europeia

Foto
Durão Barroso é acusado da falta de liderança política em Bruxelas na resposta à crise na zona euro Damir Sagolj/Reuters

Num encontro com jornalistas em Bruxelas, Hannes Swoboda acusou o presidente da Comissão Europeia e o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, de serem os principais responsáveis pela falta de liderança política em Bruxelas na resposta à crise na zona euro. Por isso, admitem a apresentação de uma moção de censura na assembleia, apesar de esta ter uma maioria conservadora.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Num encontro com jornalistas em Bruxelas, Hannes Swoboda acusou o presidente da Comissão Europeia e o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, de serem os principais responsáveis pela falta de liderança política em Bruxelas na resposta à crise na zona euro. Por isso, admitem a apresentação de uma moção de censura na assembleia, apesar de esta ter uma maioria conservadora.

“Actualmente não temos maioria no Parlamento. Mas não excluo que, no próximo ano, caso a situação continue a degradar-se, e se [Durão] Barroso não mudar de rumo, apresentemos uma moção, contando com mais apoio” de outras bancadas, disse o líder parlamentar do grupo dos Socialistas Europeus.

Para Swoboda, Durão Barroso “é um líder europeu, ou devia ser, e devia lutar por algo”, mas considerou que tanto o presidente da Comissão Europeia, como o comissário limitam-se a seguir os acontecimentos e outros intervenientes. “Não digo que tudo o que [Durão Barroso] faz é errado. Ele tem lutado, por exemplo, por um orçamento forte. Mas isso não chega”, sustentou.

Swoboda acrescentou que, sobre o combate à crise, o presidente da Comissão Europeia “não parece estar convencido de que é necessária outra política”, quando os Socialistas Europeus defendem haver alternativas à austeridade.

Os Socialistas Europeus (grupo que inclui a delegação do PS) formam a segunda maior família política da assembleia, com 190 deputados, atrás do Partido Popular Europeu (que inclui as delegações do PSD e CDS-PP), que ocupa 270 assentos, e à frente dos Liberais, com 85 lugares.

O Parlamento Europeu tem o poder de aprovar uma moção de censura contra a Comissão Europeia no seu conjunto, por uma maioria de dois terços dos votos expressos, a qual deverá igualmente corresponder à maioria dos membros que o compõem.