Nem os suspensórios vão segurar Sá Pinto - o Sporting está uma manta de retalhos

Foto

2. Ontem, Sá Pinto começou logo mal na estratégia. Em vez de deixar de fora muitas figuras, devia era ter investido as fichas todas. Após o empate caseiro com o Basileia, era na Hungria que era fundamental e mais fácil obter um resultado positivo. Em vez disso, saiu da impronunciável Székesfehérvár com um grupo de tal forma destroçado que até Sigmund Freud teria dificuldade em recuperar.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

2. Ontem, Sá Pinto começou logo mal na estratégia. Em vez de deixar de fora muitas figuras, devia era ter investido as fichas todas. Após o empate caseiro com o Basileia, era na Hungria que era fundamental e mais fácil obter um resultado positivo. Em vez disso, saiu da impronunciável Székesfehérvár com um grupo de tal forma destroçado que até Sigmund Freud teria dificuldade em recuperar.

3. Paulo Sousa fez o que a generalidade dos técnicos portugueses faria. Procurou disfarçar as debilidades do Videoton e potenciar-lhe as (parcas) qualidades. Manteve o 4x3x3, mas a defender formava duas linhas muito baixas e próximas, a segunda com cinco homens, porque Filipe Oliveira e Balufo recuavam, deixando Nikolic na frente sozinho a fixar os centrais leoninos. Nada de surpreendente.

4. O Sporting, que regressou ao 4x3x3, não tinha dificuldades na primeira zona de construção. A partir daí, parecia chocar com um muro. O aparente domínio não tinha correspondência em termos de largura e profundidade. Jeffren e Labyad não entravam no jogo, os laterais (principalmente o adaptado Gelson) não davam ajudas suficientes e Izmailov e André Martins não conectavam com um Viola que é um jogador interessante, mas ainda sabe pouco do ofício de ponta-de-lança. A coisa mais parecida com uma chance de golo na primeira meia hora terminou com um cabeceamento imberbe do argentino.

5. Mas esse foi o mal menor. Pior, bem pior, foi a falta de agressividade, os erros de posicionamento e de concentração lá atrás. Não se entende como é que jogadores internacionais e tão experientes como Boulahrouz e Pranjic deram tantos tiros nos pés. O Videoton marcou três golos nos seus três primeiros remates. Para isso, nem precisou muito de ser venenoso nos anunciados contra-ataques. Bastou-lhe desestabilizar com um canto curto, no primeiro golo, aproveitar a falta de reacção de Pranjic e Rojo, no segundo, e o brinde de Boulahrouz, no terceiro. Tudo demasiado fácil frente a uma defesa surpreendentemente contemplativa.

6. Antes de sofrer o terceiro golo, Sá Pinto já tinha tirado Rinaudo e lançado Wolfswinkel, assumindo um 4x4x2. Mas o resultado continuou a ser deprimente. As coisas só melhoraram com Schaars, que deu cola ao miolo. Como as pernas a tremer de uns quantos não ajudaram à eficácia, o risco total foi assumido com a saída de Boulahrouz. Mas nem aí o Sporting foi capaz de aproveitar as dificuldades dos húngaros nos lances aéreos e de bola parada.

prata@publico.pt