Almeida Santos: medidas “não justificam esperança dos portugueses”

“Parte das medidas que têm sido tomadas não justificam nem a esperança dos portugueses, nem a esperança de que a crise possa ser vencida no curto prazo. Provavelmente vamos ter crise por muito tempo”, afirmou em Lisboa o presidente honorário do Partido Socialista (PS), à margem da apresentação do livro “Mulheres Livres”, de Maria de Belém Roseira, a presidente do partido.

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“Parte das medidas que têm sido tomadas não justificam nem a esperança dos portugueses, nem a esperança de que a crise possa ser vencida no curto prazo. Provavelmente vamos ter crise por muito tempo”, afirmou em Lisboa o presidente honorário do Partido Socialista (PS), à margem da apresentação do livro “Mulheres Livres”, de Maria de Belém Roseira, a presidente do partido.

Almeida Santos considerou que “este Governo tem revelado uma falta de experiência política muito grande”, frisando: “A maior parte destes ministros nunca tinham sido ministros e a gente aprende alguma coisa de governação quando sai do primeiro Governo, quando entra não com certeza”.

No entanto, e apesar de olhar “com muita apreensão” para o estado do país e para as medidas adoptadas pelo executivo para ultrapassar a crise e cumprir as metas do défice acordadas com os credores internacionais, o socialista acredita que, “para já, parece que o Governo vai continuar e isso é bom”, uma vez que é preciso haver um Governo para aprovar um orçamento.

“Vamos ver depois como é que o Governo se comporta, porque o povo já lhe mostrou que não pode continuar como continuou até aqui. Esperemos que [o executivo] ouça o povo”, reiterou.

Também o secretário-geral do PS, António José Seguro, marcou presença na apresentação do livro de Maria de Belém, mas escusou-se a tecer qualquer comentário sobre as medidas alternativas ao aumento da Taxa Social Única (TSU) para os trabalhadores.

O Governo anunciou que a TSU a cargo dos trabalhadores iria subir dos actuais 11 por cento para os 18 por cento, ao mesmo tempo que as contribuições das empresas baixavam dos 23,75 por cento para os 18 por cento, tendo depois recuado e manifestado disponibilidade para encontrar uma alternativa, que passará pelo agravamento de impostos.