Já há tantos cartões de crédito em Portugal como portugueses

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Só no último ano os bancos concederam mais 811 mil cartões Foto: Tânia Azevedo

Ao contrário da tendência observada em 2009 e 2010, quando houve registo de uma diminuição do número de cartões de crédito em Portugal, em 2011 o valor voltou a crescer, segundo dados do Banco de Portugal avançados pelo Diário Económico.

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Ao contrário da tendência observada em 2009 e 2010, quando houve registo de uma diminuição do número de cartões de crédito em Portugal, em 2011 o valor voltou a crescer, segundo dados do Banco de Portugal avançados pelo Diário Económico.

A falta de acesso ao crédito pode ser uma das justificações para os clientes recorrerem a esta forma de pagamento que, contudo, tem juros médios de 28%, além da anuidade do cartão. Ao todo já são 10,1 milhões de cartões deste tipo em todo o país.

“As pessoas estão a pedir mais cartões de crédito porque o crédito em geral tem diminuído substancialmente. E isto significa que, além das compras normais que já se faziam anteriormente, estes cartões servem hoje também para suprir necessidades, como pagar a água ou a luz, que antes eram supridas pelo crédito tradicional”, explicou ao Diário Económico Filipa Moreira, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, que recordou que os restantes segmentos de crédito às empresas e para consumo foram muito reduzidos.

Nesta sexta-feira o Banco de Portugal divulgou dados que mostram precisamente que o crédito concedido pela banca portuguesa aos particulares encolheu em Maio pelo nono mês consecutivo, com uma redução particularmente significativa no crédito ao consumo.

No boletim estatístico deste organismo, citado pela Lusa, verifica-se que, em Maio, o volume total de crédito a particulares atingia os 137.521 milhões de euros – um valor 3% inferior ao que se registava um ano antes. Desde Agosto de 2011 que a variação homóloga (relativa ao mesmo mês do ano anterior) é negativa.

No caso do crédito ao consumo, que está em quebra desde o início do ano passado, a redução foi de 8,6 %. Este segmento representa actualmente pouco mais de 10% do total do crédito aos particulares. O grosso (81,5%) continua a ser o crédito a habitação.