Balsemão: “Serviços secretos estão numa situação de miséria moral”

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“Acho que os serviços secretos são uma actividade necessária, dentro de determinadas balizas, e que Portugal, pelos vistos, tem os serviços secretos numa situação de miséria moral que muito me preocupa”, afirmou Balsemão, no programa Terça à Noite que é emitido nesta terça-feira à noite pela Renascença, que antecipa as declarações do empresário.

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“Acho que os serviços secretos são uma actividade necessária, dentro de determinadas balizas, e que Portugal, pelos vistos, tem os serviços secretos numa situação de miséria moral que muito me preocupa”, afirmou Balsemão, no programa Terça à Noite que é emitido nesta terça-feira à noite pela Renascença, que antecipa as declarações do empresário.

“Bem sei que há pessoas válidas e que não actuam assim lá dentro, mas penso que é indispensável uma imediata limpeza e um imediato esclarecimento sobre tudo o que se lá passa”, disse ainda. O antigo primeiro-ministro critica também o facto de haver “serviços secretos que funcionem para municiar eventualmente interesses privados”.

A polémica em que os serviços de informação têm estado envolvidos “deve-se a uma promiscuidade perigosa e completamente indesejável entre poder económico e poder político, deve-se a uma falta de controlo por parte de quem, constitucionalmente, tem a obrigação de controlar e deve-se também a este sentido geral de impunidade que, infelizmente, continua a existir em Portugal”.

Sobre o facto de ele próprio ser um dos visados das investigações de Jorge Silva Carvalho, declarou: “É um caso que me choca, que me surpreende, que me revolta. Tomarei as medidas que me parecem fundamentais, ou seja, proceder criminalmente e exigir uma indemnização, que, quando recebida irá para uma instituição de solidariedade social, como é evidente, e sobre isso não desistirei, como não desisti noutras ocasiões”.

“Sempre detestei espionagem e tudo o que era andar a meter o nariz na vida dos outros”, continuou Balsemão, que gostaria de ouvir um esclarecimento “o mais depressa possível” sobre o envolvimento do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.