Nobel de Economia diz que saída de Grécia do euro é inevitável

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Paul Krugman diz que não há alternativa para a Grécia Miguel Manso

“Detesto dizê-lo, porque é como gritar ´fogo´ num teatro cheio. Mas não há alternativa, Todas as soluções que se discutem não servem para remediar o desastre”, defendeu, numa entrevista à revista alemã revista “Der Spiegel”.

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“Detesto dizê-lo, porque é como gritar ´fogo´ num teatro cheio. Mas não há alternativa, Todas as soluções que se discutem não servem para remediar o desastre”, defendeu, numa entrevista à revista alemã revista “Der Spiegel”.

A saída da Grécia da zona euro terá como consequência uma fuga de capital nos países vizinhos da área do euro e a retirada em massa dos depósitos bancários, mas o Banco Central Europeu (BCE) tem a possibilidade de enfrentar a situação com injeções de liquidez, defendeu Paul Krugman.

Segundo o economista, do ponto de vista político, os casos de Itália e Espanha são “mais fáceis do que o da Grécia, porque os seus problemas não surgiram da irresponsabilidade absoluta”.

Apesar disso, Krugman critica duramente a política de ajustes financeiros imposta por Berlim, defendendo uma intervenção do BCE e não a “política zombie” de Angela Merkel.

“A natureza dos zombies é seguirem caminhando e tropeçando sem se importarem com quantas mortes causam. O mesmo acontece coma política de contenção e ajustes”, diz Krugman. “Desde há dois anos que é claro que não leva a parte nenhuma e não representa um modelo de êxito”.

Por outro lado, países como a Espanha ou a Itália não devem entrar numa política keynesiana de grandes investimentos públicos, porque não poderiam ser financiadas.

“As decisões autênticas só podem ser tomadas em Frankfurt ou em Berlim”, afirmou Krugman, que pede ao BCE para “não exagerar” na sua luta contra a inflação.