Primeiro-ministro japonês diz que zona euro é o maior risco para a economia japonesa

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O governante japonês teme os efeitos da valorização do iene nas exportações Yoshikazu Tsuno/AFP

“É arriscado ficar de fora a olhar. Não se trata só da Europa, há uma possibilidade de se propagar à economia mundial”, sublinhou Noda à agência Dow Jones, numa entrevista publicada hoje.

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“É arriscado ficar de fora a olhar. Não se trata só da Europa, há uma possibilidade de se propagar à economia mundial”, sublinhou Noda à agência Dow Jones, numa entrevista publicada hoje.

“É evidentemente o principal factor de risco para a economia japonesa”, uma vez que os acontecimentos na Europa são uma das causas da valorização do iene, acrescentou.

A valorização do iene enfraquece a competitividade das exportações japonesas e o montante dos rendimentos auferidos por empresas japonesas no exterior.

O primeiro-ministro japonês defendeu que a Europa deve tomar medidas para evitar o contágio a outras regiões, mas os países exteriores à zona euro não podem assistir sem fazer nada.

As autoridades japonesas acompanham o mercado de câmbio e a evolução do iene, disse.

“Estamos a monitorizar o mercado para ver se os mais recentes desenvolvimentos resultam do estado real da economia ou se são fruto da especulação”, afirmou o governante.

O primeiro-ministro não descartou a possibilidade de uma acção unilateral para fazer face à nova apreciação da moeda japonesa. “Há momentos em que temos de agir sozinhos. Pode haver várias abordagens”, sublinhou.

Yoshihiko Noda afirmou esperar “medidas ousadas” do Banco do Japão. “Partilhamos com o Banco do Japão a ideia de que um iene forte e a deflação são desafios para a economia, que devem ser abordados”, acrescentou Noda.