Trabalhadores da Eical, há quatro meses sem receber, pedem rescisão dos contratos

Segundo Manuel Sousa, do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, a decisão de avançar para a rescisão foi hoje tomada, em plenário realizado à porta da empresa.

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Segundo Manuel Sousa, do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, a decisão de avançar para a rescisão foi hoje tomada, em plenário realizado à porta da empresa.

“Só em salários aos trabalhadores, a empresa deve 800 mil euros e, sinceramente, não conseguimos vislumbrar qualquer interesse da administração em pagar”, sublinhou.

A fábrica está parada desde Março, altura em que os trabalhadores e sindicatos deram um prazo à administração, até 23 de Abril, para apresentar um plano de pagamento dos salários e de viabilidade económica da empresa.

“Até hoje, nada de nada. Apenas silêncio”, criticou o sindicalista.

Alguns trabalhadores já tinham optado pela rescisão dos contratos, mas a maioria apenas tinha pedido a suspensão, por acreditar que ainda seria possível a reabertura da fábrica.

Hoje, decidiram todos pedir a rescisão, “porque não dá para aguentar mais”.

Além dos salários em atraso, os trabalhadores reivindicam ainda o pagamento dos seus “direitos” decorrentes da antiguidade na empresa, que em média é de 20 anos, mas há casos de alguns operários que já ali laboram há mais de três décadas.

“As indemnizações podem chegar a 3 milhões de euros”, referiu Manuel Sousa.