Reportagem: “Moscavide é da linha para cima, não da linha para baixo”

A José Manuel Rodrigues, dono de um café junto ao mercado, não faz diferença que entreguem a metade de baixo a Lisboa, na futura freguesia do Parque das Nações. “Moscavide é da linha para cima, não da linha para baixo”, resolve. “Nem sei por que é que lhe puseram ali aquele bocado”, acrescenta, queixando-se que a parte velha da freguesia tem perdido com a transferência de alguns serviços, como a repartição de Finanças, para a zona da Expo. “Nada me prende ali a baixo”, frisa José Nunes, que toma um café ao balcão.

"Que vejo lá muita gente, vejo. Se são daqui de cima ou não é que já não sei”, comenta, admitindo que, de vez em quando, vai junto ao rio “dar um passeiozinho”. “Era preferível aquilo pertencer tudo ao mesmo”, concordam. E para alguns, o desenvolvimento da zona onde “havia só lixo” de nada serviu. “Vendi no mercado 25 anos e estava convencida que quando a Expo abriu vinham mais pessoas”, conta Maria de Lurdes Alves, que passa o tempo ali perto ao sol. “Mas foi o contrário.”

Nem todos acham que Moscavide se deve ficar pela parte antiga. Durante muitos anos, Pedro Veigas teve vista para o rio, até Alcochete, num primeiro andar na parte velha de Moscavide. Hoje abre a janela e vê grandes urbanizações, mas o que incomoda é imaginar a freguesia de há quase 50 anos amputada.

"A troika quer dar cabo de centenas de freguesias e estes querem mais uma aqui”, critica. Se a zona de cima é um deserto numa manhã de fim-de-semana, os jardins do Parque do Tejo são o oposto. 

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A José Manuel Rodrigues, dono de um café junto ao mercado, não faz diferença que entreguem a metade de baixo a Lisboa, na futura freguesia do Parque das Nações. “Moscavide é da linha para cima, não da linha para baixo”, resolve. “Nem sei por que é que lhe puseram ali aquele bocado”, acrescenta, queixando-se que a parte velha da freguesia tem perdido com a transferência de alguns serviços, como a repartição de Finanças, para a zona da Expo. “Nada me prende ali a baixo”, frisa José Nunes, que toma um café ao balcão.

"Que vejo lá muita gente, vejo. Se são daqui de cima ou não é que já não sei”, comenta, admitindo que, de vez em quando, vai junto ao rio “dar um passeiozinho”. “Era preferível aquilo pertencer tudo ao mesmo”, concordam. E para alguns, o desenvolvimento da zona onde “havia só lixo” de nada serviu. “Vendi no mercado 25 anos e estava convencida que quando a Expo abriu vinham mais pessoas”, conta Maria de Lurdes Alves, que passa o tempo ali perto ao sol. “Mas foi o contrário.”

Nem todos acham que Moscavide se deve ficar pela parte antiga. Durante muitos anos, Pedro Veigas teve vista para o rio, até Alcochete, num primeiro andar na parte velha de Moscavide. Hoje abre a janela e vê grandes urbanizações, mas o que incomoda é imaginar a freguesia de há quase 50 anos amputada.

"A troika quer dar cabo de centenas de freguesias e estes querem mais uma aqui”, critica. Se a zona de cima é um deserto numa manhã de fim-de-semana, os jardins do Parque do Tejo são o oposto.