Nova Iorque e Jeremy Lin: tem tudo para ser o início de uma bela amizade

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Jeremy Lin com a bola na partida dos Knicks contra os Utah Jazz Foto: Jim McIsaac/MCT

Com Carmelo Anthony e Amar"e Stoudamire, os fãs dos Knicks esperam por um regresso aos tempos de glória. E quando, na presente temporada, os dois se lesionaram quase ao mesmo tempo, tudo parecia encaminhado para mais uma época de frustração. É aqui que começa a história de Jeremy Lin, mais um digno representante da longa lista de heróis improváveis.

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Com Carmelo Anthony e Amar"e Stoudamire, os fãs dos Knicks esperam por um regresso aos tempos de glória. E quando, na presente temporada, os dois se lesionaram quase ao mesmo tempo, tudo parecia encaminhado para mais uma época de frustração. É aqui que começa a história de Jeremy Lin, mais um digno representante da longa lista de heróis improváveis.

Antes do último fim-de-semana, Lin, um base de 23 anos de idade e 1,91m de altura, era um quase desconhecido no basquetebol profissional, com poucos minutos nos Golden State Warriors na temporada anterior e escasso tempo de jogo nos Knicks. E então o destino aconteceu, tal como nos filmes. Com a equipa muito afectada por lesões, o técnico Mike D"Antoni olhou para o banco, mandou entrar Lin num jogo contra os Utah Jazz. Lin brilhou e os Knicks ganharam.

O Madison Square Garden, imediatamente adoptou o jovem base que, vindo do banco, acabara de marcar 25 pontos, acompanhados de sete assistências e cinco ressaltos (recordes pessoais em todas estas categorias).

Dois dias depois, frente aos Nets e sem aquele que seria o primeiro base da equipa, o experiente Baron Davis, D"Antoni apostou em Lin para o cinco inicial e Lin respondeu com o seu melhor jogo de sempre. Jogou quase 45 minutos, marcou 28 pontos, mais oito assistências, novos máximos pessoais e nova vitória dos Knicks.

Aluno exemplar

Mas quem é Jeremy Lin, natural de Palo Alto, Califórnia, cristão convicto, fanático de jogos de computador e apreciador de churrasco brasileiro? É um jovem formado em Economia pela Universidade de Harvard, filho de pais originários de Taiwan, que não era considerado suficientemente bom para jogar na NBA.

Só no seu percurso académico Lin marca a diferença ao que ultimamente tem sido regra nos jogadores de topo da liga, que não terminam o curso e, às vezes, saem directamente do liceu. Entrou em Harvard, que antes dele só havia dado três jogadores à NBA, sem uma bolsa atlética, terminou o curso com distinção e, apesar de ter escolhido o basquetebol como actividade, nunca foi eleito no draft. Em 2010, acabaria por integrar a rotação dos Warriors, equipa que ficava mais perto de casa, mas, com os problemas laborais que afectaram a NBA em 2011, foi dispensado. Tentou a sorte nos Houston Rockets, que também não o quiseram, acabou nos Knicks, que o enviaram para uma equipa da D-League (liga de desenvolvimento).

Ter um jogador como Lin pode significar maravilhas para a NBA em termos de expansão de mercado. Ele próprio, que já foi convidado para jogar pelas selecções de Taiwan e da China (recusou as duas), tem tudo para ser uma poderosa arma de marketing para as marcas, ainda para mais num dos maiores mercados dos EUA, mas, por enquanto, vai dormindo em casa do irmão em Nova Iorque.