Portugal deve evitar “caminho perigoso” do igualitarismo, diz Vítor Bento

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"Devemos ter a ambição de nos tornamos iguais por cima, e não por baixo", diz o presidente da SIBS Foto: Nuno Ferreira Santos

“Importa proteger o talento, remunerar o talento. Há um caminho perigoso do igualitarismo, que defende que todos devemos ser igualmente pobres, que hostiliza a diferenciação remuneratória”, afirmou Bento durante um colóquio sobre diplomacia económica promovido pela comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros.

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“Importa proteger o talento, remunerar o talento. Há um caminho perigoso do igualitarismo, que defende que todos devemos ser igualmente pobres, que hostiliza a diferenciação remuneratória”, afirmou Bento durante um colóquio sobre diplomacia económica promovido pela comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros.

“Esse igualitarismo [pode] provocar uma centrifugação do talento”, ou seja, a saída para o exterior dos mais qualificados”, disse o também presidente da SIBS.

Nesse caso, Portugal só conseguiria “reter a capacidade indiferenciada”, ou seja, competir apenas pelos custos e não pelo valor: “Vamos ser pobres, todos igualmente pobres”.

Esta via, para Vítor Bento, está errada: “Devemos ter a ambição de nos tornamos iguais por cima, e não por baixo.”

À margem do colóquio, Bento foi questionado pela imprensa sobre o Conselho Europeu de segunda-feira, descrito pela chanceler alemã como um “passo pequeno mas importante” no sentido de “restaurar a confiança” na economia europeia.

“Todo o processo [europeu] é constituído por passos dessa natureza. Não há um passo revolucionário isolado. Há passos cumulativos, este foi mais um. Esperemos que este passo abra a porta a outros, eventualmente com resultados mais palpáveis e visíveis”, afirmou o conselheiro de Estado.

“Terá que haver capacidade de compatibilizar austeridade com crescimento. A austeridade tem que ser vista como uma forma de racionalizar recursos económicos”, afirmou ainda Bento.