Ministro da Economia não acredita em novo resgate mas diz que há “imponderáveis”

Fotogaleria

Questionado sobre a possibilidade de Portugal ter de renegociar a dívida, o ministro não respondeu directamente à questão, afirmando que o país está “a fazer o trabalho de casa”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Questionado sobre a possibilidade de Portugal ter de renegociar a dívida, o ministro não respondeu directamente à questão, afirmando que o país está “a fazer o trabalho de casa”.

As declarações de Santos Pereira vêm na sequência de um artigo de hoje do jornal norte-americano Wall Street Journal (WSJ) dando conta de que há investidores, economistas e políticos preocupados com a eventualidade de Portugal ter de pedir um novo pacote de assistência financeira.

Já Vítor Gaspar, que hoje está em Bruxelas para uma reunião de ministros das Finanças da União Europeia, rejeitou comentar esse cenário, alegando que a questão não foi discutida pelos 27. “Essas questões não foram abordadas nem no Ecofin nem no Eurogrupo, portanto eu não irei comentar esses factos”, justificou.

Santos Pereira, que em Lisboa falava à margem de um encontro com empresários, admite haver “imponderáveis” associados à situação económica externa. “A economia portuguesa está dependente também da evolução da economia internacional”, afirmou.

O WSJ escreve hoje que é provável que Portugal possa precisar de um novo resgate internacional, apontando que, de acordo com um relatório do Instituto de Finanças Internacional, a viabilidade de Portugal regressar aos mercados financeiros no próximo ano é “problemática”.

“Com as taxas de juro sobre as obrigações do Tesouro português ainda acima dos 12%, apesar de descidas recentes, parece improvável que se concretize [o regresso aos mercados], mesmo que as metas orçamentais sejam cumpridas”, cita o WSJ.

O artigo, escrito pela correspondente do jornal em Lisboa, cita também o ex-ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos: “O drama disto tudo é que podemos fazer o nosso trabalho exactamente como nos foi pedido e, se a Europa não tiver uma resposta adequada, poderá ter sido tudo em vão”.

Notícia actualizada e título alterado às 17h10

: Acrescenta declarações de Álvaro Santos Pereira.