S&P usou corte de rating para fazer política, diz Passos Coelho

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Decisão de cortar o rating “foi sobre a Europa”, diz Passos Foto: Nuno Ferreira Santos

Passos Coelho, que falava à entrada para um encontro com embaixadores árabes, em Lisboa, considerou que a posição adoptada pela agência para justificar a revisão do ratig em baixa “foi sobre a Europa”.

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Passos Coelho, que falava à entrada para um encontro com embaixadores árabes, em Lisboa, considerou que a posição adoptada pela agência para justificar a revisão do ratig em baixa “foi sobre a Europa”.

Sobre Portugal, “os cinco parâmetros que a agência tinha, no primeiro trimestre do ano passado, anunciado como relevantes [para a evolução da notação] foram cumpridos por Portugal”, sustentou, citado pela Lusa.

Para o primeiro-ministro, a agência “acha que as coisas não correm bem em Portugal, porque não correm bem na Europa e, por isso, baixou a avaliação de modo a tornar a vida mais difícil aos países em causa”, defendeu ainda. Os cortes – que abrangeram nove países da zona euro – “não ajudam, sobretudo quando se revestem de um carácter político”, afirmou.

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, assumiu hoje uma posição menos crítica em relação à S&P. Falando após uma reunião, em Roma, com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, considerou que a agência fez uma revisão em baixa do rating à maioria dos países do euro por considerar que existe um factor de risco na moeda única, a “insuficiência de governação no interior da zona euro”.

Monti frisou, contudo, que a agência destacou “o lado positivo” das medidas do ajustamento financeiro do Governo italiano, escreveu a agênmcia AFP.

Em Bruxelas, Olivier Bailly, porta-voz da Comissão Europeia respondeu aos argumentos da S&P – que não ter havido na última cimeira europeia, em Dezembro, uma posição forte para resolver a crise da dívida soberana –, contrapondo que a Europa não está apenas a aplicar uma política de austeridade para fazer face à crise.

Para a Comissão, essa é uma interpretação errada e “os problemas financeiros que a zona euro enfrenta resultam tanto de desequilíbrios macroeconómicos tanto de diferenças de competitividade”.