Benfica termina primeira volta sem derrotas e a golear

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Cardozo bisou na partida contra o V. Setúbal Foto: Hugo Correia/Reuters

No papel, o Vitória não seria um adversário óbvio para criar grandes problemas ao líder. Oito jornadas sem saber o que é um triunfo, o pior ataque do campeonato e apenas dois pontos acima da linha de despromoção era fraco cartão-de-visita para a formação sadina apresentar na Luz frente ao Benfica. Mas cedo se percebeu que o Vitória não seria um convidado simpático e, apesar de ter depois sucumbido ao peso da suas próprias fraquezas, a formação de Bruno Ribeiro acreditou que era possível acabar com os maus resultados.

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No papel, o Vitória não seria um adversário óbvio para criar grandes problemas ao líder. Oito jornadas sem saber o que é um triunfo, o pior ataque do campeonato e apenas dois pontos acima da linha de despromoção era fraco cartão-de-visita para a formação sadina apresentar na Luz frente ao Benfica. Mas cedo se percebeu que o Vitória não seria um convidado simpático e, apesar de ter depois sucumbido ao peso da suas próprias fraquezas, a formação de Bruno Ribeiro acreditou que era possível acabar com os maus resultados.

Ao Benfica ninguém tirava o favoritismo, apesar de algumas alterações no “onze” habitual forçadas por lesões e castigos. Não estavam Garay, nem Javi García, jogadores fundamentais para quem Jardel e Matic não são substitutos com o mesmo nível. Principalmente a ausência do médio espanhol retira capacidade de marcação ao Benfica e abre buracos na altura de defender mais perto da sua área.

Foi assim que o Vitória pregou um grande susto aos 56 mil benfiquistas na Luz. Logo aos seis minutos, Jorge Gonçalves ganhou no flanco direito a Emerson, meteu a bola na área, a defesa “encarnada” desfez mal o lance e Neca, à entrada da área e sem marcação, fez o 1-0 para o Vitória, com a bola a bater em Luisão e a enganar o guarda-redes Artur.

A dinâmica ofensiva “encarnada” não era constante, mas criava perigo quando funcionava e o Benfica não demorou muito a inverter os papéis. Minuto 24, a defesa sadina teve uma paragem colectiva, Nolito recebeu a bola dentro da área e, de posição não muito fácil, fez um remate cruzado a apontar para o poste mais distante que bateu o guarda-redes Diego.

Seria o primeiro momento de uma cavalgada benfiquista que já se adivinhava. Mas, antes de concretizada a reviravolta, o Vitória esteve perto de voltar a estar na frente. Aos 31’, Neca foi buscar uma bola que parecia perdida junto à linha de fundo, aproveitou o adiantamento de Artur, fez o “chapéu” ao guarda-redes e a bola bateu no poste, depois no brasileiro e foi para fora. Dois minutos depois, Cardozo colocava o Benfica na frente. Com três defesas na sua frente, o paraguaio encontrou um espaço para rematar e fez o seu primeiro do jogo, com a bola ainda a ser desviada por um defesa do Vitória.

Ainda antes do intervalo, o jogo praticamente acabou com mais uma demonstração de passividade dos defesas sadinos. Cardozo, que acabaria expulso aos 84’ por o árbitro entender que simulou um penálti, recebeu a bola de Rodrigo e fez o seu segundo da noite. Matic, aos 72’, fez o 4-1 e deu uma expressão mais correcta ao resultado, que espelhou bem a diferença entre uma equipa que luta para não descer e outra que segue invencível na luta pelo título.


POSITIVO e NEGATIVO

+


Rodrigo
Tem velocidade, técnica e é um problema de marcação para as defesas contrárias. Só lhe falta um bocadinho mais de cabeça fria. Com ele em campo, o ataque do Benfica funciona muito melhor.

Cardozo
Marcou mais dois e isolou-se na liderança da lista dos melhores marcadores. Não é rápido, mas o seu pé esquerdo é uma arma temível. A expulsão acaba por ser uma mancha numa boa exibição.

Neca
Marcou um golo, esteve perto do segundo e ainda tirou uma bola em cima da linha de golo da sua baliza. O veterano médio está muito acima da média numa equipa com poucos atributos.

-


Defesa do Vitória
Lenta e sem capacidade para lidar com os rápidos avançados do Benfica, os centrais Ricardo Silva e Anderson, em especial, mostraram pouca mobilidade e agressividade. Só o guarda-redes Diego impediu a goleada.
Ficha de jogoBenfica, 4
Vitória de Setúbal, 1

Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa.Assistência
56.155 espectadores.

Benfica

Artur, Maxi, Luisão, Jardel, Emerson, Bruno César (Saviola, 79’), Witsel, Matic, Nolito (Gaitán, 67’), Rodrigo (Luís Martins, 89’) e Cardozo.

Treinador

Jorge Jesus.

V. Setúbal

Diego, Ney Santos, Ricardo Silva, Anderson do Ó, Igor, Neca, Tengarrinha, Bruno Amaro, Jorge Gonçalves (Hugo Leal, 71’), Rafael Lopes (João Silva, 60’) e Bruno Gallo (Pitbull, 29’).

Treinador

Bruno Ribeiro.

Árbitro

Hélder Malheiro, de Lisboa.

Amarelos

Cardozo (39’ e 85’), Ney Santos (39’), Ricardo Silva (39’), Tengarrinha (54’), João Silva (62’).

Vermelho

Cardozo (85’).

Golos

0-1, por Neca, aos 7’; 1-1, por Nolito, aos 25’; 2-1, por Cardozo, aos 34’; 3-1, por Cardozo, aos 45’; 4-1, por Matic, aos 73’.

Notícia actualizada às 21h18