Rocha Vieira justifica ida para a EDP com ligação à China

Foto
Assembleia geral realiza-se a 20 de Fevereiro Filipe Arruda

“Não falei com o Governo, as únicas pessoas com quem falei foram unicamente com o elemento que coordenava os accionistas privados e com o presidente da Three Gorges”, disse hoje Rocha Vieira, em Lisboa, à margem da apresentação do calendário de eventos da LIDE Portugal.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Não falei com o Governo, as únicas pessoas com quem falei foram unicamente com o elemento que coordenava os accionistas privados e com o presidente da Three Gorges”, disse hoje Rocha Vieira, em Lisboa, à margem da apresentação do calendário de eventos da LIDE Portugal.

Rocha Vieira adiantou que foi Vasco Mello, do Grupo José de Mello, o coordenador dos accionistas privados neste processo.

Quanto ao presidente da chinesa Three Gorges, que recentemente adquiriu os 21,35 por cento da participação do Estado na EDP, o Governador de Macau entre 1991 e 1999 afirmou que Cao Guangjing lhe pediu que “estivesse no Conselho de Supervisão como elemento independente”.

Quanto às motivações para integrar este órgão social da EDP, Rocha Vieira afirmou de início que essa pergunta não merecia resposta, mas acabou por referir a sua ligação àquela região asiática.

“A razão por que pensaram em mim é bem visível. A minha ligação a Macau, à China, e o facto de há 20 anos falar da importância da China para Portugal”, disse Rocha Vieira.

Quanto a Eduardo Catroga, Rocha Vieira disse que não teve nada a ver com a sua nomeação mas que lhe pareceu “extremamente bem” já que é “um gestor com muita experiência”.

Rocha Vieira afirmou ainda que Portugal se perde com “coisas muito pequenas” e desvalorizou o facto de os escolhidos serem personalidades ligadas ao PSD.

“As pessoas valem pelo que valem, o facto de pertencerem a um partido não podem ser uma menorização”, afirmou.

Os nomes adiantados para o Conselho de Supervisão da EDP têm sido alvo de críticas, com o secretário-geral do PS, António José Seguro, a afirmar a semana passada que estes nomes revelam “apropriação por parte das clientelas dos partidos do Governo “ de cargos públicos.

Eduardo Catroga, Celeste Cardona Paulo Teixeira Pinto, Rocha Vieira, Braga de Macedo e Ilídio Pinho são alguns dos nomes propostos à assembleia geral de accionistas, que se realiza a 20 de Fevereiro, para integrar o Conselho de Supervisão da EDP.