Banco Mundial considera referendo um “lançamento de dados”

“Disse que é um lançamento de dados. Se for aprovado, será um sinal positivo para as pessoas. Mas se fracassa, será uma confusão”, declarou Robert Zoellick numa conferência de imprensa dada por telefone antes de partir para França, onde participará na reunião do G20.

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“Disse que é um lançamento de dados. Se for aprovado, será um sinal positivo para as pessoas. Mas se fracassa, será uma confusão”, declarou Robert Zoellick numa conferência de imprensa dada por telefone antes de partir para França, onde participará na reunião do G20.

Zoellick indicou ainda que uma das suas preocupações é que, até que se realize o referendo, estão “a aumentar os níveis de incerteza”, num momento já “bastante difícil” para a economia mundial.

O presidente do Banco Mundial (BM) insistiu na necessidade de, no encontro que decorre quinta e sexta-feira em Cannes, os líderes mundiais mostrarem “enérgicos sinais para apoiar e consolidar a confiança”.

“O acordo da zona Euro ofereceu algum tempo, o desafio agora é como vamos usar esse tempo”, explicou.

O responsável máximo do BM reagiu assim ao surpreendente anúncio do primeiro-ministro grego, George Papandreu, de que submeterá a referendo o resgate financeiro negociado para o país, com enormes dificuldades, na semana passada em Bruxelas.

A decisão de Papandreu provocou nova queda e algum nervosismo nas bolsas europeias.

Inicialmente, os mercados reagiram em alta ao acordo alcançado em Bruxelas, que inclui o perdão de 50% da dívida grega em mãos privadas, uma recapitalização da banca europeia e um aumento do fundo de resgate europeu.

“A economia está ainda a cambalear no limite e poderá inclinar-se de novo muito rapidamente se o impulso não for apoiado”, acrescentou.

Por outro lado, Zoellick advertiu que uma das lições que não devem retirar-se desta crise financeira é assumir que, em qualquer caso, alguém recorrerá ao resgate