JR inspira mundo a mostrar a verdadeira face

O artista francês, vencedor do prémio TED, inspirou “Inside Out”, projecto que desafia pessoas a colarem retratos nas cidades

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Desengane-se quem pensa que o nome do vencedor de 2011 do prémio TED foi transformado em sigla para poupar espaço. JR é a única designação pela qual o artista francês é conhecido e a explicação baseia-se naquilo que faz: é “photograffeur” (fotógrafo + “graffeur” [graffiter em francês]) e, por causa disso, às vezes tem de cometer algumas ilegalidades para expor a sua arte.

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Desengane-se quem pensa que o nome do vencedor de 2011 do prémio TED foi transformado em sigla para poupar espaço. JR é a única designação pela qual o artista francês é conhecido e a explicação baseia-se naquilo que faz: é “photograffeur” (fotógrafo + “graffeur” [graffiter em francês]) e, por causa disso, às vezes tem de cometer algumas ilegalidades para expor a sua arte.

Colar fotografias em comboios, usar paredes de edifícios como tela ou fazer de uma favela brasileira uma galeria de fotos ao ar livre não são, de facto, os procedimentos mais aceitáveis pelas autoridades. Contudo, não foi isso que o impediu de vencer o prémio TED 2011. Aliás, foi isso mesmo que o ajudou a vencer.

O local onde o artista parisiense divulga o seu trabalho, nas ruas, à vista das pessoas comuns, e a forma como o faz, capturando os retratos dessas mesmas pessoas de maneira a contar, através do grande plano das suas caras, as histórias de cada uma, fizeram-no ganhar o prémio TED no valor de 100 mil dólares (cerca de 75 mil euros).

Pode a arte mudar o mundo?

O seu “modus operandi” valeu-lhe o epíteto de Robin Hood, por parte do “New York Times”. O dinheiro que recebeu do TED veio reforçar a designação, tendo em conta que JR decidiu usá-lo para criar o projecto “Inside Out”, que desafia qualquer pessoa anónima a deixar-se fotografar nos moldes usados por JR: retratos, posteriormente editados em preto e branco, para de seguida serem colados pelas cidades, a fim de revelarem e partilharem histórias não contadas de outra forma.

Visto que JR não pode estar em todo o lugar ao mesmo tempo (apesar de já ter estado em muitos sítios), foi esta a forma que encontrou para espalhar o projecto por todo o mundo e, de certa forma, mudá-lo, já que a pergunta feita pelo parisiense na conferência TED, foi: “Pode a arte mudar o mundo?”.

Ao que parece, sim, na medida em que o projecto “Inside Out” tem colocado a arte ao serviço de qualquer pessoa e tem unido várias delas pelas experiências que partilham. Um exemplo disso mesmo é o trabalho que JR fez no Médio Oriente, em que conseguiu expor, lado a lado, retratos de palestinianos e israelitas.

Fazer parte do movimento é gratuito. Basta tirar uma fotografia, fazer “upload” da mesma no site Inside Out, e esperar pelo poster que será impresso e reenviado para o autor da fotografia expor onde quiser.