Dois jornais do Camboja encerrados por críticas ao Governo

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Hun Sen, primeiro-ministro desde 1998, é acusado de ser uma “marioneta do Vietname” Foto: Adrees Latif/Reuters

O director de ambos os jornais, Keo Amnot Sangkhem, acatou a decisão, mas apresentou uma queixa no Ministério da Informação, informa uma nota conjunta da organização canadiana International Freedom of Expression Exchange e do Centro Cambojano para os Direitos Humanos, a trabalhar na capital do Camboja, Phnom Penh.

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O director de ambos os jornais, Keo Amnot Sangkhem, acatou a decisão, mas apresentou uma queixa no Ministério da Informação, informa uma nota conjunta da organização canadiana International Freedom of Expression Exchange e do Centro Cambojano para os Direitos Humanos, a trabalhar na capital do Camboja, Phnom Penh.

O The Water and Fire News já tinha sido suspenso, há cerca de três anos, depois de ter publicado uma notícia sobre a morte do comissário nacional da polícia Hok Lundy. Na altura, Keo Amnot Sangkhem decidiu parar as rotativas na sequência de uma ameaça feita por um representante do Governo.

Na mesma nota, o porta-voz do Ministério da Informação explica que o encerramento dos jornais avançou, não apenas pelos “insultos”, mas também por os responsáveis pelos periódicos não terem revelado a sede dos jornais, tal como requisitado repetidamente pelo Executivo.

Um dia depois de os títulos serem suspensos, um tribunal condenou cinco homens por distribuírem panfletos, entre 2008 e 2011, em que se veiculavam duras críticas ao primeiro-ministro, Hun Sen, acusado de ser um “traidor” e uma “marioneta do Vietname”, e ainda de estar a vender terra a outros países.

Dois dos réus foram condenados a dois anos de prisão e os restantes a 18 meses. A sentença ditou ainda uma multa de quase 350 euros a cada um. Deste grupo, com idades compreendidas entre os 21 e os 27 anos, apenas um nega ter distribuído os panfletos em causa.