Risco de morte dos motociclistas é quatro vezes superior a outros condutores

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Os veículos de duas rodas representam oito por cento do parque automóvel Enric Vives-Rubio

“2 Rodas a motor – sempre em segurança” é o nome da campanha de sensibilização que foi hoje apresentada na Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), na presença do ministro da Administração Interna, que se mostrou sensível às “consequências devastadoras” dos acidentes com motociclos.

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“2 Rodas a motor – sempre em segurança” é o nome da campanha de sensibilização que foi hoje apresentada na Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), na presença do ministro da Administração Interna, que se mostrou sensível às “consequências devastadoras” dos acidentes com motociclos.

“Enquanto praticamente todos os condutores (93 por cento) de veículos de duas rodas a motor, numa situação de acidente, sofrem ferimentos que são muitas vezes mortais, o mesmo não sucede com os automóveis ligeiros, em que o número de vítimas representa menos de metade (42 por cento) do total dos condutores envolvidos em acidentes”, segundo foi divulgado na apresentação.

O presidente da ANSR, Paulo Marques, referiu que, apesar dos veículos de duas rodas representarem oito por cento do parque automóvel, os seus condutores representam 23 por cento das mortes e 25 por cento dos feridos graves nos acidentes.

A faixa etária que mais atenção merece das autoridades é a situada entre os 15 e os 34 anos, a qual representa 53% dos mortos, 56% dos feridos graves e 52% dos feridos ligeiros.

O ministro da Administração Interna sublinhou a “impressionante concentração da perda de vidas nesta faixa etária” e chamou a atenção para a sua “consequência devastadora”.

Miguel Macedo recordou que Portugal tem uma estratégia nacional que está aprovada e que exige o reforço de esforços, uma vez que a redução dos acidentes que se registou até 2009 (com 148 vítimas mortais nos motociclos) desacelerou em 2010, ano em que as vítimas subiram para 167.

“Não nos podemos esquecer que, apesar desta desaceleração, o panorama é melhor hoje que há dez anos”, disse Miguel Macedo.

O presidente da ANSR chamou ainda a atenção para a quantidade de motociclistas que conduzem sem capacete, tendo 2.729 sido, por essa razão, alvo de contra-ordenações, em 2010.

Outro dado relevante indica que a taxa de álcool nestes condutores é superior à registada pelas autoridades nos automobilistas de outros veículos.

Em 2010, as forças de segurança identificaram 14% de condutores de motociclos a conduzirem sob o efeito do álcool, enquanto essa percentagem foi de três por cento nos automóveis ligeiros e de um por cento nos pesados.