Castro Caldas desmente subfacturação, Eduardo Catroga não fala

De acordo com a tabela, os preços cobrados aos grandes clientes são bastante inferiores e o diferendo residiria na classificação atribuída a alguns deles. A Sapec, porém, afirmava que havia grandes quantidades que não eram facturadas. Além disso, alegava que alguns clientes, ligados à Egeo, pagavam valores muito inferiores aos mais baixos que constam das tabelas aprovadas pela APA. Castro Caldas nega terminantemente que isso tenha sucedido e assegura que, desde que assumiu o cargo, não encontrou qualquer espécie de práticas que necessitassem de correcção. "Se calhar, foram feitos preços abaixo do preço de custo, mas quantas empresas precisam de o fazer para poderem continuar no mercado?", pergunta.

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De acordo com a tabela, os preços cobrados aos grandes clientes são bastante inferiores e o diferendo residiria na classificação atribuída a alguns deles. A Sapec, porém, afirmava que havia grandes quantidades que não eram facturadas. Além disso, alegava que alguns clientes, ligados à Egeo, pagavam valores muito inferiores aos mais baixos que constam das tabelas aprovadas pela APA. Castro Caldas nega terminantemente que isso tenha sucedido e assegura que, desde que assumiu o cargo, não encontrou qualquer espécie de práticas que necessitassem de correcção. "Se calhar, foram feitos preços abaixo do preço de custo, mas quantas empresas precisam de o fazer para poderem continuar no mercado?", pergunta.

O gestor afirma que entrou na Sisav "por causa do desentendimento entre os accionistas" e acrescenta que esse problema "foi regularizado por acordo". O advogado salienta que "a gestão da empresa era efectuada com igualdade de responsabilidades da Egeo e da Sapec", nos termos do acordo parassocial, embora a primeira fosse maioritária. Na sua opinião, o tratamento de resíduos perigosos é "um extraordinário termómetro da crise" da indústria portuguesa, a qual provoca uma grave escassez de matérias-primas para os CIRVER. "Se calhar, não há resíduos suficientes para os dois CIRVER existentes e no programa do CDS ainda aparece mais um terceiro, para o Norte do país." Castro Caldas diz que, além da escassez de resíduos, há grandes problemas no sector causados pela "inexistência de fiscalização" de empresas concorrentes e da exportação ilegal de resíduos.

O PÚBLICO tentou contactar Eduardo Catroga (que nunca fez parte da administração da Sisav, presidindo apenas à Sapec), mas não o conseguiu nas últimas duas semanas. A administração da empresa informou, contudo, que nada tem a comentar porque se trata de "questões do foro interno da Sisav", acrescentando que desconhece quaisquer denúncias enviadas à APA. Castro Caldas disse igualmente nada saber sobre essa denúncia.