Cavaco avisa que Portugal precisa de “mudar de vida”

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“O acordo é o sinal mais evidente da necessidade de alterarmos o rumo das políticas", disse o Presidente Tiago Petinga/Reuters (arquivo)

O aviso foi feito por Cavaco Silva numa comunicação ao país, através da televisão, um dia depois de ter sido anunciado o plano de ajuda externa acordado entre o Governo e a troika da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

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O aviso foi feito por Cavaco Silva numa comunicação ao país, através da televisão, um dia depois de ter sido anunciado o plano de ajuda externa acordado entre o Governo e a troika da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

“O acordo é o sinal mais evidente da necessidade de alterarmos o rumo das políticas e de mudarmos de atitudes e de comportamentos”, afirmou.

Cavaco Silva recheou a sua comunicação ao país com avisos. Mais um: “Não podemos continuar a viver acima das nossas possibilidades, a gastar mais do que aquilo que produzimos e a endividar-nos permanentemente perante o estrangeiro.”

Por isso, o Chefe do Estado fez uma advertência em tom grave. “De uma forma muito clara, quero dizer aos portugueses que, se não mudarmos, estaremos daqui a três anos, ou até antes disso, pior do que nos encontramos hoje”, sublinhou.

Na sua comunicação, Cavaco não quis pronunciar-se sobre as medidas específicas do resgate, que prevê um empréstimo de 78 mil milhões de euros. Empréstimo “e não dádiva”, sublinhou. E recordou que ele próprio tinha alertado – aconteceu antes e durante a campanha presidencial deste ano – para os problemas de endividamento excessivo.

Sem cumprir uma série de condições, avisou, o país irá voltar à mesma situação que levou ao pedido de resgate. Se Portugal “não aumentar a poupança interna”, se “não aumentarem as exportações e diminuírem as importações” e sem reconquistar “a confiança dos investidores internacionais”, então o país “voltará a enfrentar graves problemas de financiamento”.

Notícia actualizada às 21h24