Sócrates desmente telefonema “desesperado” a Merkel

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Sócrates terá pedido a Merkel para o ajudar, mas sem recorrer ao FMI REUTERS/Alberto Martin

De acordo com o jornal britânico, que cita fontes que testemunharam a conversa telefónica entre os dois chefes de Estado, José Sócrates parecia “desesperado” e terá prometido a Angela Merkel “fazer tudo o que fosse necessário” desde que a Alemanha o ajudasse a evitar seguir o mesmo caminho que a Grécia e a Irlanda, recorrendo ao resgate da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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De acordo com o jornal britânico, que cita fontes que testemunharam a conversa telefónica entre os dois chefes de Estado, José Sócrates parecia “desesperado” e terá prometido a Angela Merkel “fazer tudo o que fosse necessário” desde que a Alemanha o ajudasse a evitar seguir o mesmo caminho que a Grécia e a Irlanda, recorrendo ao resgate da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O gabinete do primeiro-ministro contactou hoje o The Guardian, afirmando que o telefonema entre Sócrates e Merkel nunca aconteceu, muito menos a conversa descrita. “Não é verdade”, garantiu a porta-voz Mafalda Costa Pereira, citada pelo jornal britânico.

O The Guardian revela ainda que, após o telefonema e o pedido de Sócrates a Angela Merkel, a chanceler alemã pediu opiniões sobre o assunto a duas personalidades: Dominique Strauss-Kahn, director do FMI, e Giulio Tremonti, o ministro da Economia italiano que introduziu na discussão sobre a crise da dívida soberana a solução dos eurobonds (as obrigações europeias).

Segundo o jornal britânico, a opinião dada por Strauss-Khan foi demolidora: o director do FMI terá dito que o pedido do primeiro-ministro português não fazia sentido, “pois Sócrates não seguiria nenhum conselho que lhe fosse dado”.