Hermès ganha novo trunfo na guerra de luxo contra a LVMH

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Bernard Arnault, dono da LVMH, reforçou em Dezembro na Hermès Diana Quintela/Arquivo PÚBLICO

A decisão do regulador, a Autorité des Marchés Financiers (AMF), é uma das excepções à regra, já que, por norma, quem detenha mais de 33 por cento do capital é obrigado a lançar uma oferta de aquisição sobre as restantes acções.

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A decisão do regulador, a Autorité des Marchés Financiers (AMF), é uma das excepções à regra, já que, por norma, quem detenha mais de 33 por cento do capital é obrigado a lançar uma oferta de aquisição sobre as restantes acções.

Neste caso, a associação dos descendentes de Thierry Hermès, que fundou a empresa de luxo francesa em 1837, conseguiu escapar às regras do mercado e, mais do que isso, a uma futura investida de Bernard Arnault.

O milionário, principal accionista do grupo Möet Hennessy Louis Vuitton (LVMH), é conhecido por ser comprador de vários negócios familiares, como foi caso da própria Louis Vuitton.

Em Outubro, os accionistas da Hermès foram confrontados com o facto de a LVMH ter uma posição de 17,1 por cento do capital, construída durante vários meses e avaliada em 1,45 mil milhões de euros. Depois, no final de Dezembro, a LVMH anunciou que tinha reforçado para os 20,2 por cento. Embora garantisse que não tencionava lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) para controlar a empresa nem tentar assegurar um lugar na administração, os responsáveis da Hermès não gostaram da iniciativa. E reuniram os membros da família, que, ao todo, detêm 73,1 por cento da empresa, de modo a formar um bloco unido contra a LVMH, numa estratégia agora autorizada pela AMF.