Falta de público e de dinheiro acaba com BragaJazz
"O número de espectadores do Braga Jazz não era compaginável com o custo que o festival tinha", assume Rui Madeira. A administração teve em conta a relação entre o custo global do evento e a adesão do público, reconhecendo que a decisão foi também financeira: "Se não há meios para fazer um festival a sério, não vale a pena estarmos a brincar aos festivais".
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"O número de espectadores do Braga Jazz não era compaginável com o custo que o festival tinha", assume Rui Madeira. A administração teve em conta a relação entre o custo global do evento e a adesão do público, reconhecendo que a decisão foi também financeira: "Se não há meios para fazer um festival a sério, não vale a pena estarmos a brincar aos festivais".
"Os custos eram incomportáveis e o BragaJazz não tinha margem de progressão, porque não tínhamos mais meios", adianta Madeira, reconhecendo que a proximidade de um festival como o GuimarãesJazz também ajudou à decisão. "Éramos sistematicamente comparados a Guimarães, que tem muito mais financiamento do que aquele que o Theatro Circo podia pagar", justifica.
O Theatro Circo e a autarquia decidiram por isso cancelar a realização do BragaJazz a partir do próximo ano. Mas a cidade vai continuar a ter espectáculos de Jazz, que vão acontecer ao longo do ano, incluídos na programação regular do Theatro Circo.
O BragaJazz começou a ser realizado em 2000, no âmbito da Fundação Bracara Augusta, tendo depois passado a ser financiado pela autarquia. Há quatro anos, quando o renovado Theatro Circo abriu portas, passou para a sua égide. O evento, que habitualmente se realizava em Março, tinha um orçamento de 60 mil euros e levou a Braga, no ano passado, artistas como Maria João, o quinteto de Jerry Bergonzi e septeto de Jamie Baum.
O Theatro Circo apresentou, esta quinta-feira, a programação para o primeiro semestre do novo ano. A sala de espectáculos de Braga vai ter um orçamento de dois milhões de euros em 2011, reforçando a sua aposta nos espectáculos de música clássico. Outra das principais propostas do Circo no novo ano é o teatro, aproveitando os projectos de parceria entre Culturb, com Évora e Coimbra e o Acto 5, que envolve teatros de Almada, Olhão, Aveiro e Matosinhos.