Membros dos Gato Fedorento deixam “A Bola” por contencioso com Sousa Tavares

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Foto: Daniel Rocha

A notícia chegou hoje em forma de editorial, em Bola, assinado pelo director Vitor Serpa.

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A notícia chegou hoje em forma de editorial, em Bola, assinado pelo director Vitor Serpa.

“Ricardo Araújo Pereira e José Diogo Quintela terminam a sua colaboração com A Bola”. E explica que o jornal não está disponível para “prosseguir um cansativo e desinteressante (para os leitores de A Bola) contencioso particular com Miguel Sousa Tavares(…) até por haver mail, SMS e CTT para o efeito”. E que Ricardo Araújo Pereira decidiu ser solidário com Quintela. “É, assim, a vida. Cá pela nossa parte gostamos muito de os ter entre nós”, acrescenta Vitor Serpa.

Esta é a resposta de Vitor Serpa à acusação de censura por parte de José Diogo Quintela(sportinguista declarado) que, num artigo publicado no site de apoio sportuinguista sportingapoio.com, na passada segunda-feira, acusou o jornal de cortar a sua crónica de domingo passado, na parte onde eram feitas referências a Miguel Sousa Tavares, sem o avisar previamente.

“Pedi ao Nuno Mourão [criador do site Sportingapoio] para publicar aqui a parte da minha crónica que A Bola não publicou, cortando-a sem me consultar. Faço-o porque a parte que foi truncada era uma resposta a uma acusação de Miguel Sousa Tavares e eu quero que fique publicamente registada”.

Uma das frases cortadas, e que o humorista publicou no site era a seguinte: “Em Janeiro, [Miguel Sousa Tavares, portista declarado] pediu a Pinto da Costa [presidente do Futebol Clube do Porto]” que me processasse. Desta vez, vitimiza-se e ameaça abandonar a sua crónica n’A Bola, pretendendo que o Ricardo e eu sejamos responsabilizados pela sua saída. Depois das queixinhas, uma ameaça de amuo”.

Quintela respondia à crónica de Sousa Tavares do passado dia 2 em que este escreveu que deixaria de escrever para "A Bola" uma vez que estava “farto de viver [...] com dois rafeiros atiçados às canelas, dois censores encartados”. Os dois rafeiros seriam Diogo Quintela e Araújo Pereira (declarado benfiquista).

Em solidariedade com o seu amigo e colega dos Gato, Ricardo Araújo Pereira - que assina a crónica Chama Imensa - terá também dito que cortava a ligação com o jornal.

Miguel Sousa Tavares negou, porém, em declarações ao PÚBLICO que tenha tido alguma coisa a ver com a saída dos dois humoristas do diário desportivo. “não tenho nada a ver com isso nem falei do assunto particularmente com A Bola”, disse o escritor e jornalista.

Em declarações ao PÚBLICO José Diogo Quintela aprofunda as razões do confronto com Miguel Sousa Tavares: “Na sua crónica de 2 de Novembro, Miguel Sousa Tavares acusa-me, a mim e ao Ricardo Araújo Pereira, de só o costumarmos corrigir por ele ter sido o único convidado, tirando o Presidente da Republica, a não ter aceitado vir ao Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios. É falso, como entretanto foi facilmente demonstrado. E corrigido. Além disso, ameaça sair de A Bola por nossa causa. Não foi a primeira vez que me tentou intimidar”, refere o humorista.

Quintela aludia assim a uma crónica de Janeiro, de Miguel Sousa Tavares onde o escritor e jornalista, também cronista de A Bola e adepto do FC Porto, dizia, sobre comentários de Quintela à relação entre a arbitragem e os dragões: “Anteontem, por exemplo, ao ler o texto, pretensamente engraçadinho, do Diogo Quintela, achei que a direcção do FC Porto deveria abandonar a sua tradicional passividade litigante e colocar-lhe um processo-crime por difamação, como o seu texto amplamente merece.”

E lembra Quintela a conversa com Vitor Serpa a seguir à crónica de 2 de Novembro de Sousa Tavares: “No dia seguinte, por coincidência!, o director da Bola recomendou-me que não respondesse mais a MST, facto que considerei grave, por não me permitir rebater a acusação que me era feita. Disso dei conta num mail que enviei a Vítor Serpa em que disse que, não podendo acatar o pedido dele, cessava a minha colaboração em A Bola. A mesma recomendação foi feita ao Ricardo, que teve uma reacção igual à minha.”

Vitor Serpa terá ainda tentado conversar com os cronistas. A que acederam. E refere no editorial de hoje que não houve censura na crónica de domingo de Quintela. Mas que havia um acordo. Algo negado pelo humorista.

Notícia actualizada às 16h32