Papelaria Fernandes fecha 12 lojas e despede 100 trabalhadores

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Pedro Cunha

A Papelaria Fernandes comunicou à CMVM que a “quase escassez de liquidez ” tornou “insustentável a abertura da maioria das lojas ainda em actividade”, por não ter dinheiro para conseguir pagar as rendas em causa, nem os salários aos próprios funcionários ou ainda quaisquer outros custos de funcionamento.

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A Papelaria Fernandes comunicou à CMVM que a “quase escassez de liquidez ” tornou “insustentável a abertura da maioria das lojas ainda em actividade”, por não ter dinheiro para conseguir pagar as rendas em causa, nem os salários aos próprios funcionários ou ainda quaisquer outros custos de funcionamento.

A empresa diz ter cessado, nas últimas duas semanas, os contratos com as sociedades gestoras dos centros comerciais onde ainda se encontravam lojas abertas.

Apesar de não ter capacidade financeira, a administração da papelaria afirma ter concretizado “um plano financeiro de contingência que permita manter abertas as duas lojas mais emblemáticas”, ou seja, as existentes no Largo do Rato e na Rua do Ouro, ambas em Lisboa. Isto na “ expectativa de que a Assembleia de Credores, viabilize a aprovação dos ajustamentos adequados e pertinentes ao Plano de Insolvência aprovado (…) que possibilitem o rearranque e subsequente desenvolvimento do negócio, nos moldes previstos nesse plano, a partir destas duas lojas.”

Todas as medidas “foram decididas e implementadas em total concertação com o administrador da insolvência”, adianta a administração da papelaria.

A Papelaria Fernandes declarou insolvência em Abril de 2009.

No passado mês de Julho, a papelaria divulgou os dados referentes a 2009, que davam conta de uma quebra de 64 por cento nas receitas face ao ano anterior, para os 4,6 milhões de euros.

A empresa teve prejuízos na ordem dos 17 milhões de euros, consequência dos custos relacionados com a redução de 280 postos de trabalho que custaram, em indemnizações, cerca de 4,7 milhões de euros.

Em 2009, a facturação da papelaria diminuiu 8,4 milhões de euros, em relação a 2008 e as dívidas alcançaram os 64 milhões de euros.

Em Junho deste ano, o Banco Comercial Português (BCP), um dos principais credores da Papelaria Fernandes deixou de financiar, e desde essa altura, as rendas dos estabelecimentos comerciais e os salários dos funcionários deixaram de ser pagos.

Notícia actualizada às 20h45