Penálti salva um Sporting ainda sem grande identidade

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Matías celebra o único golo do jogo Foto: Hugo Correia/Reuters

A falta de Tchô sobre Liedson abriu as portas da vitória ao Sporting, evitando que a ansiedade subisse mais uns degraus em Alvalade, onde os nervos andavam à flor da pele. Isso mesmo notou-se na forma como a formação leonina jogou frente ao Marítimo e até na maneira como Paulo Sérgio continua à procura de uma identidade e de um esquema táctico que ponha a equipa a funcionar.

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A falta de Tchô sobre Liedson abriu as portas da vitória ao Sporting, evitando que a ansiedade subisse mais uns degraus em Alvalade, onde os nervos andavam à flor da pele. Isso mesmo notou-se na forma como a formação leonina jogou frente ao Marítimo e até na maneira como Paulo Sérgio continua à procura de uma identidade e de um esquema táctico que ponha a equipa a funcionar.

Que tipo de futebol joga o Sporting? Qual a táctica em que a equipa funciona? A verdade é que ainda não há respostas para estas perguntas. O treinador ainda continua a buscar a camisa que melhor encaixe no corpo da equipa, uma tarefa atrasada pela lesão de Pedro Mendes, que prometia ser uma das bússolas do meio-campo.

E assim, três dias depois da derrota frente ao Brondby, o técnico sportinguista impôs uma mudança táctica, apostando num 4-3-3, com Vukcevic e Djaló nas alas, e Zapater (ainda sem muito ritmo) e Maniche à frente do “trinco” André Santos. O resultado foi um futebol pouco criativo e em que Vukcevic pareceu ser o único capaz de criar perigo na primeira parte. Beneficiando de lançamentos longos dos centrais, o montenegrino surgiu duas vezes na cara do guarda-redes do Marítimo, mas falhou na hora do remate. ‘Vuk’ enviou também uma bola à trave na marcação de um livre lateral (19’). Djaló, que alternou momentos bons com outros de adormecimento, também obrigou Marcelo a uma boa defesa (36’).

A tarefa de Paulo Sérgio ficou ainda mais complicada, quando foi obrigado a lançar Polga para o lugar de João Pereira (44’). O lateral-direito chocou com Rui Patrício e caiu inanimado no relvado. Sofreu um traumatismo craniano com perda de conhecido, foi transportado para o hospital e já está livre de perigo, embora não vá jogar quinta-feira, na Dinamarca – Carriço foi então desviado para lateral.

Depois do intervalo, Paulo Sérgio voltou a mexer, colocando Vukcevic ao lado de Liedson e Djaló nas costas dos dois pontas-de-lança. Por efeito surpresa para o adversário ou não, o Sporting teve os melhores 15 minutos em todo o jogo. André Santos obrigou Marcelo a uma grande defesa (56’), Liedson atirou às malhas laterais (58’) e Maniche voltou a pôr à prova a atenção do guarda-redes brasileiro (59’).

O período de fulgor leonino, no entanto, esgotou-se rapidamente e o Marítimo, até aí praticamente inofensivo, até poderia ter marcado, quando Cherrad apareceu isolado e fez um chapéu (mal medido) a Patrício (64’). Paulo Sérgio voltou depois a mexer na equipa, lançando Saleiro e Matías. Mas foi mais do coração do que da táctica que nasceu o lance decisivo. Matías foi o marcador do penálti, por indicação de Paulo Sérgio. Não falhou, dando três pontos e alguma tranquilidade ao Sporting.

Ficha de jogo

Sporting 1Marítimo
0

Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa. Assistência 20. 828 espectadores.

Sporting

Rui Patrício 6, João Pereira 6 (Polga 4, 44’), Carriço 6, Nuno André Coelho 6, Evaldo 5, Zapater 5 (Matias 6, 71’), André Santos 6, Maniche 6, Vukcevic 6 (Saleiro 5, 71’), Yannick 6 e Liedson 5. Treinador Paulo Sérgio

Marítimo

Marcelo 6, Ricardo Esteves 5, Robson 5, João Guilherme 5, Alonso 6, Rafael Miranda 5, Roberto Sousa 6, Danilo Dias 5 (Tchô 3, 83’), Cherrad 6 (Kanu -, 77’), Djalma 5 (Luciano Amaral 5, 61’) e Baba 6. Treinador Van der GaagÁrbitro Bruno Paixão 5, de Setúbal.Amarelos Cherrad (29’), Danilo Dias (46’), Maniche (68’), Alonso (76’), Saleiro (77’), Tchô (88’), Roberto Esteves (88’), Carriço (90’) e Kanu (90’)


Golo

1-0, por Matias, aos 89’ (g. p.).

Notícia actualizada às 21h12