Um sumo e uma sande para os jogadores do Sportinguense

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Saleiro e Daniel Carriço são o espelho da desilusão leonina Fernando Veludo/nFactos

Foi isto. Foi um jogo sem história entre uma equipa modesta com a missão (de manutenção) quase cumprida e uma equipa que já foi ambiciosa.

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Foi isto. Foi um jogo sem história entre uma equipa modesta com a missão (de manutenção) quase cumprida e uma equipa que já foi ambiciosa.

Pongolle foi extremo esquerdo, Adrien, descaído para a direita, fez companhia a João Moutinho, mas a grande novidade do Sporting, hoje, na Mata Real, foi mesmo o novo caderno de encargos. O “objectivo mais tangível”, afirmou “pragmaticamente” o patrão José Bettencourt, é o quarto lugar. Se assim é, voltou a falhar o Sporting, funcionário que não demonstrou capacidades para uma meta tão ambiciosa.

Quem esteve em Paços de Ferreira não teve direito a goleada – em quatro derrotas consecutivas o Sporting sofrera 12 golos –, mas sim a um desafio digno da Liga dos Últimos, sem qualquer tipo de desprimor para o programa de televisão cujos protagonistas são jogadores com poucas condições, mas com muito espírito de sacrifício. Se o Paços de Ferreira não soube render frente aos débeis “leões”, esta noite a equipa de Carlos Carvalhal voltou a mostrar ser uma espécie de “Sportinguense”, com estratégias montadas à pressão, com atletas amadores que parecem ter uma âncora presa a cada pé e com um banco de suplentes nervoso pela presença das câmaras de televisão – e, já agora, com dirigentes que dão uma no cravo e outra na ferradura.

Foi seguramente um dos piores jogos do campeonato. E, já dizia Carvalhal, injusto seria apontar um só responsável. Foi a velha questão dos laterais “sportinguenses” (João Pereira castigou muito a equipa com aquela expulsão), foi a recente questão de Pongolle, um elemento que ainda só ocupa espaço. Foi sobretudo uma nuvem escura que pairou sobre os jogadores do Sporting, incapazes de reagir a uma série penosa de resultados e de exibições.

Houve alguns lances dignos de registo. O cruzamento de Di Paulo desviado para o poste (41’) ou o cabeceamento de Liedson para defesa de Coelho (45’). E aquele desfecho radical que podia muito bem ter trazido injustiça ao resultado e a vitória ao Sporting. Já Duarte Gomes olhava para o relógio (90’+4’) quando a pequena área do Paços se transformou numa mesa de pingue-pongue. Só mais uns segundos para Matías, enquadrado, atirar ao lado e receber o galardão Capitão Moura.

Ficha de jogo

P. Ferreira, 0


Sporting, 0


Jogo no Estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira. Assistência
cerca de 2000 espectadores.

P. Ferreira

Coelho 6, Baiano 6, Ozeia 6, Ricardo 6, Danielson 5, Filipe Anunciação 5, Leonel Olímpio 5, Manuel José 5 (Candeias 5, 58’), Maykon 6 (Pizzi 6, 80’), Bruno 5 (André Leão 5, 74’) e William 5.

Sporting

Rui Patrício 5, Abel 4, Tonel 5, Carriço 6, Grimi 4, Adrien 4 (Djaló 4,69’), Pedro Mendes 5, João Moutinho 6, Pongolle 4 (Matías Fernandez 4, 54’), Liedson 5 e Saleiro 5.

Árbitro

Duarte Gomes 6, de Lisboa.


Amarelos

Liedson (24’) e Ozéia (83’).

Notícia actualizada às 23h06