Visabeira ganha corrida para compra da Bordalo Pinheiro

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O negócio deverá ser anunciado nos próximos dias depois do empenhamento pessoal de Vera Jardim, que é sócio da Bordalo Pinheiro, embora apenas com uma quota de 1,7 por cento. O ex-ministro herdou este activo do seu pai e do seu avô, que foi um dos caldenses que, no início do séc. XX, após a morte de Rafael Bordalo Pinheiro, ajudaram a salvar a empresa da falência. Nos cem anos seguintes o capital social foi-se diluindo entre várias famílias, embora haja hoje um sócio maioritário - Jorge Serrano - que possui 35 por cento do capital e é o administrador da empresa.

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O negócio deverá ser anunciado nos próximos dias depois do empenhamento pessoal de Vera Jardim, que é sócio da Bordalo Pinheiro, embora apenas com uma quota de 1,7 por cento. O ex-ministro herdou este activo do seu pai e do seu avô, que foi um dos caldenses que, no início do séc. XX, após a morte de Rafael Bordalo Pinheiro, ajudaram a salvar a empresa da falência. Nos cem anos seguintes o capital social foi-se diluindo entre várias famílias, embora haja hoje um sócio maioritário - Jorge Serrano - que possui 35 por cento do capital e é o administrador da empresa.

Este último não venderá, contudo, a totalidade da sua quota, situação que se estende à maioria dos restantes sócios. Os 172 trabalhadores da empresa têm neste momento os salários em dia, em parte graças ao recebimento de 200 mil euros da Câmara das Caldas, que em Junho do ano passado adquiriu uma parte do seu património.

A divulgação da situação difícil da Bordalo Pinheiro provocou entretanto um pico de vendas na sua loja das Caldas, cuja facturação passou de uma média de dez mil euros por mês para 90 mil. Jorge Serrano diz que tal não é suficiente para manter todos os postos de trabalho porque, antes, quando a empresa exportava praticamente toda a sua produção, a facturação rondava os 400 mil euros mensais.

Depois da intervenção do Governo e da disponibilidade manifestada pelo ministro da Economia, Manuel Pinho, em desenhar um plano de viabilização da empresa, começaram a surgir muitos interessados. A primeira, e a única a assumir publicamente o interesse em adquirir a fábrica, foi a ex-dirigente do CDS Maria José Nogueira Pinto. Com ligações às Caldas da Rainha, onde já liderou uma candidatura à Assembleia Municipal, Nogueira Pinto iniciou negociações para a aquisição da emblemática fábrica há cerca de um ano e meio, muito antes de ser conhecida a problemática situação financeira da empresa. Contactada pelo PÚBLICO, não quis comentar.

O grupo Visabeira também deverá ter sucesso na OPA lançada sobre a Vista Alegre Atlantis - já terá garantido mais de 63 por cento do capital. A banca (CGD, BCP e BES, detentores de 60%) e o administrador da empresa deverão vender a sua parte. A Visabeira anunciou ainda a compra directa de acções da VAA correspondentes a 2,24 por cento.

com L.P. e R.A.C.