Criada em Angola a associação de países africanos produtores de diamantes

Fotogaleria

A Declaração de Luanda salienta que a criação desta associação resulta da "necessidade de concertação de políticas sobre os mais diversos aspectos relativos aos recursos diamantíferos", desde a prospecção à comercialização, passando pela exploração e lapidação.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Declaração de Luanda salienta que a criação desta associação resulta da "necessidade de concertação de políticas sobre os mais diversos aspectos relativos aos recursos diamantíferos", desde a prospecção à comercialização, passando pela exploração e lapidação.

A associação "pode constituir uma plataforma privilegiada, capaz de congregar e harmonizar políticas, visando uma melhor defesa dos interesses estratégicos comuns ao nível da definição das grandes políticas mundiais sobre o sector".

Por outro lado, a declaração aprovada pelos estados membros da ADPA refere que o desempenho desta organização "poderá resultar numa melhor promoção do desenvolvimento socio-económico das populações, nomeadamente através de maiores benefícios resultantes da exploração e comercialização dos recursos diamantíferos".

A ADPA tem como membros efectivos a África do Sul, Angola, Botsuana, Gana, Guiné, Namíbia, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Serra Leoa, Tanzânia, Togo e Zimbabué.

Com a categoria de observadores foram admitidos a Argélia, República do Congo, Costa do Marfim, Gabão, Libéria, Mali e Mauritânia.

Nos termos dos estatutos da associação, são membros efectivos os países africanos produtores de diamantes que aderirem à iniciativa.

Os observadores são países africanos com potencial geológico diamantífero que possam vir a tornar-se produtores de diamantes, mas também países africanos que já produzem diamantes, mas ainda não estão em conformidade com os requisitos do Processo de Kimberley, que regula a certificação dos diamantes no comércio internacional.

Angola vai liderar o Secretariado Executivo provisório da ADPA

Angola vai liderar o Secretariado Executivo provisório da ADPA. No discurso que hoje proferiu na cerimónia, o ministro angolano da Geologia e Minas, Manuel Africano, recordou que, apesar de representar a maioria da produção diamantífera mundial, o continente africano "nunca conseguiu fazer ouvir a sua voz na definição das linhas orientadoras e das estratégias mundiais".

Da mesma forma, os países africanos produtores de diamantes também nunca conseguiram fazer prevalecer a sua posição "nas bolsas de negócios de diamantes".

"Os dados actuais indicam que a produção de diamantes em África rende 158 mil milhões de dólares por ano, resultantes de cerca de 1,9 mil milhões de quilates, o que equivale a 75 por cento da produção mundial".

Manuel Africano salientou ainda o combate que tem sido travado contra os denominados 'diamantes de sangue', considerando que o tráfico ilegal destas pedras preciosas está "praticamente erradicado" devido à implementação do Processo de Kimberley.

"Actualmente, cerca de 99 por cento dos diamantes produzidos são provenientes de fontes livres de conflitos e transaccionados com certificação da organização mandatada pela ONU, o Comité do Processo de Kimberley".