TV Cabo acaba com o canal SIC Mulher no final do ano

Foto
SIC Mulher começou as suas emissões no dia 8 de Março de 2003 Adriano Miranda/PÚBLICO

Tendo em conta que a SIC Mulher foi um canal encomendado à SIC pela TV Cabo e que a operadora de cabo tem, por isso, a exclusividade da sua comercialização, com o final do contrato isso significará também o fim do canal. Pelo menos por enquanto, já que haverá a possibilidade de, depois do rompimento da relação exclusiva com a TV Cabo, a SIC poder vender o canal feminino aos restantes operadores de televisão por cabo (Cabovisão, Bragatel, TV TEL, e Pluricanal) que insistentemente têm contactado a estação de Carnaxide para negociar a distribuição do canal - mas têm sido sempre remetidos para a subsidiária da PT Multimédia, a PT Conteúdos.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Tendo em conta que a SIC Mulher foi um canal encomendado à SIC pela TV Cabo e que a operadora de cabo tem, por isso, a exclusividade da sua comercialização, com o final do contrato isso significará também o fim do canal. Pelo menos por enquanto, já que haverá a possibilidade de, depois do rompimento da relação exclusiva com a TV Cabo, a SIC poder vender o canal feminino aos restantes operadores de televisão por cabo (Cabovisão, Bragatel, TV TEL, e Pluricanal) que insistentemente têm contactado a estação de Carnaxide para negociar a distribuição do canal - mas têm sido sempre remetidos para a subsidiária da PT Multimédia, a PT Conteúdos.

Para a TV Cabo, as audiências do canal estão abaixo do esperado de um canal desta natureza e tendo em conta que o público televisivo português é maioritariamente feminino. De acordo com dados da Marktest, nos seus 40 meses de existência, a audiência média (share) diária foi de 1,01 por cento - contabilizando todos os canais vistos através da TV Cabo, incluindo os quatro de sinal aberto -, o que corresponde a um rating (número de espectadores fidelizados durante a emissão) de seis mil espectadores e a um reach (pessoas que contactaram com o canal pelo menos durante um segundo) de quase um milhão de espectadores.

No entanto, quando analisadas apenas as audiências dos canais da televisão por cabo, a SIC Mulher registou, na passada semana, um share de 2,8 por cento e ficou em 11º lugar no ranking, à frente, por exemplo, da SIC Comédia, MTV ou RTP Memória. Entre os programas mais conhecidos do canal estão as séries Sexo e a Cidade, A Juíza, Dharma e Greg, e o talk show de Oprah Winfrey.

O PÚBLICO contactou a SIC, mas não foi possível obter qualquer reacção. A TV Cabo também não quis comentar.

O canal SIC Mulher foi autorizado pela Alta-Autoridade para a Comunicação Social a 26 de Agosto de 2002, mas só começou a emitir no Dia Internacional da Mulher do ano seguinte, a 8 de Março de 2003. O primeiro contrato entre a SIC e a TV Cabo tinha a duração de dois anos, terminando no final de 2005, mas acabou por ser renovado por mais um ano. Estes prazos são um pouco mais reduzidos do que o habitual.

A fórmula de pagamento do canal está indexada às audiências, ou seja, num mês em que as audiências sejam menores, a factura paga pela TV Cabo à SIC será, também ela, mais reduzida.

Ainda antes do projecto SIC Mulher, a TVI tinha iniciado negociações com a PT Multimédia em 2001, propondo fornecer um pacote de canais temáticos em que se incluía um destinado ao público feminino, denominado Mulheres Activas - TVI LUX. Tal como os restantes quatro canais (de economia, turismo, infantil e masculino), também o TVI LUX foi ficando pelo caminho ao longo destes anos de negociações.