Preços das casas devem voltar a acelerar no futuro

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Os valores médios da avaliação bancária que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga regularmente é um dos poucos barómetros existentes em Portugal sobre os preços do sector. Segundo o último relatório, em 2005, o valor médio da avaliação bancária de habitação no continente aumentou, em termos homólogos, 2,3 por cento, estabilizando nos 1.237 euros por metro quadrado. Esta variação é equivalente à inflação divulgada pelo INE para o ano de 2005. "A crise de que falam os empresários - levantam-se cada vez menos licenças de construção nas câmaras -aliada ao excesso de concorrência tem conduzido ao esmagamento das margens, já que os custos de construção e os preços dos materiais continuam a aumentar. Porém, e deixando de haver concorrência, os preços irão, inevitavelmente, subir", prevê.

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Os valores médios da avaliação bancária que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga regularmente é um dos poucos barómetros existentes em Portugal sobre os preços do sector. Segundo o último relatório, em 2005, o valor médio da avaliação bancária de habitação no continente aumentou, em termos homólogos, 2,3 por cento, estabilizando nos 1.237 euros por metro quadrado. Esta variação é equivalente à inflação divulgada pelo INE para o ano de 2005. "A crise de que falam os empresários - levantam-se cada vez menos licenças de construção nas câmaras -aliada ao excesso de concorrência tem conduzido ao esmagamento das margens, já que os custos de construção e os preços dos materiais continuam a aumentar. Porém, e deixando de haver concorrência, os preços irão, inevitavelmente, subir", prevê.

O presidente da APEMIP atira para o curto/médio prazo esse fenómeno, lembrando que "em breve" o excesso de oferta que ainda existe será diluído, para ficar abaixo da procura. "O ritmo de vendas abrandou, mas o ritmo da construção abrandou muito mais. E como o ciclo da construção é muito longo, e a promoção de um investimento demora a concretizar-se, a procura vai consumindo o que existe em stock. Entretanto, quem investir agora, terá menos concorrência no futuro e pode ter mais sucesso", considera.

os especulação nos usados

Um outro factor que condiciona o preço da habitação é o mercado de casas usadas que representa cerca de 60 por cento das transacções efectuadas anualmente. José Eduardo Macedo garante que os imóveis de usados estão a ser colocados no mercado a preços menos especulativos, apesar de considerar que o mercado ainda não interiorizou que a utilização de um imóvel o desvaloriza.

"As pessoas continuam a querer vender muito mais caro do que aquilo que compraram. Não admitem que a degradação tem de ter um custo, e que não conseguem ter um preço de venda atractivo, se não baixarem os preços face às casas novas. A dificuldade em vender está a obrigar os proprietários a cair na realidade", argumenta. Ainda assim, os imóveis não podem desvalorizar tanto como os automóveis, por exemplo.

O preço nunca poderá cair abruptamente pelo "simples facto" de que, se tal acontecesse "era a sustentabilidade financeira da família e dos bancos que estaria em causa.