Quercus pede protecção legal para carvalhais portugueses

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Hélder Spínola considera que a legislação é adequada à manutenção dos montados de sobro e azinho DR

"Os carvalhais requerem muita atenção não apenas porque são espécies com um certo grau de raridade mas também porque criam habitats dos quais dependem inúmeras espécies de fauna silvestre", justificou Hélder Spínola, presidente da direcção da Quercus, em declarações ao PUBLICO.PT.

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"Os carvalhais requerem muita atenção não apenas porque são espécies com um certo grau de raridade mas também porque criam habitats dos quais dependem inúmeras espécies de fauna silvestre", justificou Hélder Spínola, presidente da direcção da Quercus, em declarações ao PUBLICO.PT.

Em comunicado divulgado hoje, a associação denuncia o investimento em projectos florestais que "substituem manchas de carvalhal por espécies menos nobres como o pinheiro ou eucalipto".

Contrariamente à situação do carvalho - para o qual não existe legislação para regulamentar o seu abate ou alteração do uso do solo onde se encontra -, o sobreiro e a azinheira são espécies que estão protegidas pelo Decreto Lei nº169/2001, de 25 de Maio, uma protecção que "advém do seu valor económico".

Hélder Spínola considera que esta legislação "é adequada" à manutenção dos montados de sobro e azinho, mas não deixa de salientar algumas "excepções à lei, ditadas pelo estatuto de utilidade pública", em nome de interesses imobiliários. "Sabemos que devem existir excepções à regra. O que pedimos é que estas sejam utilizadas apenas quando se justificam na sua plenitude. É uma questão de bom senso".

Para comemorar o Dia da Floresta Autóctone, a associação está em vários pontos do país - Lisboa, Amareleja, Ourém, Castelo Branco, Covilhã e Matosinhos - a fazer sensibilização junto de crianças para a conservação da floresta natural, através da plantação de árvores e de recolha de sementes.

A associação lança o desafio "a todos os portugueses para que dêem o seu contributo na preservação e expansão das nossas espécies indígenas. Bastará que cada um de nós recolha algumas sementes, faça-as germinar e plante num terreno das imediações para" fazer expandir a floresta.

A Quercus lembra ainda que a floresta é "uma mais-valia efectiva na conservação da natureza e da biodiversidade, na produção de oxigénio, na fixação de gases com efeito de estufa (dióxido de carbono), protecção do solo e manutenção do regime hídrico". Além disso, estas espécies são "mais resistentes ao fogo".

Outras espécies florestais autóctones são o medronheiro, zambujeiro, amieiro, freixo e salgueiro.