PJ investiga suspeitas de maus tratos na Aldeia SOS da Guarda

Segundo a mesma fonte, as investigações da PJ - que incluíram há uma semana buscas aos domicílios da directora da instituição, Maria do Carmo Correia, e do monitor em causa,Paulo Buzzo - têm ainda em conta a alegada prática de rituais satânicos a que as crianças terão assistido.

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Segundo a mesma fonte, as investigações da PJ - que incluíram há uma semana buscas aos domicílios da directora da instituição, Maria do Carmo Correia, e do monitor em causa,Paulo Buzzo - têm ainda em conta a alegada prática de rituais satânicos a que as crianças terão assistido.

As buscas alargaram-se ainda a uma casa rural que Maria do Carmo Correia e o marido, António Correia, professor destacado na Aldeia SOS, possuem na freguesia de Urgueira do Jarmelo, a poucos quilómetros da Guarda, onde, de acordo com notícias publicadas pelo semanário "Nova Guarda", as crianças costumavam passar alguns fins-de-semana.

As buscas da PJ culminaram com a "detecção de dossiers e, também, de uma arma que estaria na posse de Paulo Buzzo e que lhe terá sido oferecida por António Correia", diz o jornal, acrescentando que a arma chegou a ser mostrada pelo próprio monitor a algumas crianças da instituição. A notícia refere também que a PJ encontrou "papéis comprometedores que podem incriminar as duas pessoas em causa, como redacções escritas por miúdos a descreverem o que faziam e como se sentiam na Aldeia".

Segundo o mesmo jornal, "é António Correia quem dá a cara na Aldeia SOS - onde vivem actualmente 38 crianças -, exercendo ele funções que, na realidade, são da mulher". O jornal adianta que António Correia terá conhecimento dos maus tratos e que terá oferecido um manual sobre artes mágicas e bruxarias (Livro de S.Cipriano) a uma aluna de 15 anos.

Maria do Carmo Correia já contestou as acusações, considerando que se trata de um "complot" por alguém que não identificou. "É uma pessoa que trabalhou na instituição e, sentindo-se prejudicada por nós, começou a desencadear este ’complot’", afirmou a directora.

Maria do Carmo Correia acrescentou que "há cada vez mais dificuldade em fazer cumprir regras, em educar os jovens. Há alguns ex-utentes da instituição que, durante algum tempo usaram e abusaram da instituição e a partir do momento em que quisemos [a direcção da Aldeia SOS] impor umas regras mais rígidas, um maior controlo e foi contratada uma pessoa para o fazer, eles não receberam isso com bons olhos e ficaram revoltados com essa pessoa", afirmou, referindo-se ao monitor Paulo Buzzo.

Por seu lado, António Correia disse estar "inteiramente tranquilo" e confirmou as buscas realizadas pela PJ, negando, contudo, que a polícia tivesse levado consigo qualquer material que o pudesse comprometer.