Militares portugueses na guerra contra o Iraque

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Os militares portugueses que estão integrados na base multinacional da NATO de Geilenkirchen deverão ser chamados Manuel Moura/Lusa

Está sediada em Geilenkirchen a Componente E-3A dos AWACS (aviões de controlo e alerta rápido da NATO) e aí estão actualmente destacados 19 militares das Forças Armadas portuguesas.

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Está sediada em Geilenkirchen a Componente E-3A dos AWACS (aviões de controlo e alerta rápido da NATO) e aí estão actualmente destacados 19 militares das Forças Armadas portuguesas.

Os AWACS são Boeing iguais aos usados na aviação comercial, adaptados com um gigante radar e são considerados os "olhos da guerra". A sua missão é assegurar a vigilância do espaço aéreo aliado e espiar o adversário.

Na altura de guerra do Afeganistão, os AWACS estacionados em Geilenkirchen - uma pequena localidade bucólica junto à fronteira com a Holanda - acabaram por não interferir directamente na guerra. OS EUA enviaram para a zona do Afeganistão os seus aviões de vigilância e requisitaram os AWACS para os substituírem em território norte-americano.

Doze países aliados fazem actualmente parte da frota de AWACS da Alemanha. Dezanove militares são portugueses. Anteontem, em declarações à Lusa, a piloto portuguesa Diná Azevedo dizia ter consciência de dirigir aviões que são "um alvo apetecível" para o inimigo por "serem os olhos da guerra". "Penso estar preparada [para essa eventualidade]", disse nas instalações da Unidade Nacional de Apoio portuguesa daquela base aérea da NATO.

Por outro lado, a fragata "Vasco da Gama" vai integrar dia 2 de Março a força da NATO Stanavforlant (força naval permanente do Atlântico). As missões costumam ser de seis meses e Portugal participa nesta força com as suas fragatas Meko de forma rotativa. A última missão, em 2002, desenrolou-se no Norte da Europa e agora os últimos planos conhecidos eram no sentido de que se devia dirigir para o Mediterrâneo com paragens previstas em Espanha, Grécia e Turquia. A guarnição da "Vasco da Gama" é composta por cerca de 210 militares.

Menos provável será a intervenção do Exército, que poderia enviar pessoal do grupo de operações especiais.

Na guerra do Golfo de 1991, Portugal participou com um navio, "São Miguel", e com o envio de pessoal médico para a região. Na guerra do Kosovo, participaram os caças F16.

Se não houver mandato do Conselho de Segurança da ONU, é previsível que seja desencadeada uma operação da NATO e assim torna-se inevitável a colaboração de militares portugueses.

Ontem, ficou decidido, em Conselho de Ministros, a criação do Dia das Forças Armadas, que passa a ser assinalado a 24 de Junho e que pretende "valorizar e dignificar as Forças Armadas Portuguesas", segundo o ministro da Presidência.