PT compra rede fixa por 365 milhões de euros

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Ferreira Leite mostrou-se animada com as decisões de hoje, que permitem um défice aquém de três por cento do PIB André Kosters/Lusa

O valor do negócio fica muito aquém dos 500 milhões de euros previstos antes do efeito da chamada "bolha especulativa" que precipitou o colapso dos mercados financeiros internacionais.

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O valor do negócio fica muito aquém dos 500 milhões de euros previstos antes do efeito da chamada "bolha especulativa" que precipitou o colapso dos mercados financeiros internacionais.

O ministro da Economia, Carlos Tavares, falando depois da reunião dos ministros do XV Governo Constitucional, reiterou a validade da operação hoje concretizada e garantiu que o acesso dos operadores concorrentes à rede fixa, entre os quais se destacam a Oni e a Novis, está salvaguardado.

Apesar da venda de hoje, o Estado fica com a opção de expropriar a rede fixa de telecomunicações na circunstância de a PT quebrar os termos do acordo assinado hoje, em particular nas matérias associadas ao uso da infra-estrutura pelos operadores concorrentes.

Carlos Tavares justificou a venda, programada pelo anterior Governo socialista, com a maior capacidade e interesse de um grupo privado em realizar a modernização da rede.

Na sequência da decisão do Governo, as acções da PT estiveram suspensas durante alguns minutos, regressando à negociação com um valor idêntico, isto é, nos 6,52 euros, a cair 2,2 por cento.

O Conselho de Ministros aprovou também a reintrodução das portagens na CREL - Circular Regional Exterior de Lisboa, que beneficia a Brisa. A operação permitirá um encaixe imediato de perto de 288,4 milhões de euros.

Este valor, somado aos 365 milhões de euros da venda da rede fixa de telecomunicações da PT e aos previsíveis 150 milhões de euros de receitas da recuperação de impostos em atraso, serão determinantes para baixar o défice orçamental em 2002, disse hoje a ministra de Estado e das Finanças, Manuela Ferreira Leite.